Entre: é alta tensão, não tem perigo!

Por Rodrigo Conceição Santos – 03.12.2015 – 

Não é uma recomendação para um inimigo, tampouco para algum político brasileiro. É tecnologia, que promete ser a primeira realmente confiável para proteger grandes motores elétricos no setor de óleo e gás.

energia alta tensãoGrandes processos, como em indústrias de óleo e gás e mineração, precisam de grandes equipamentos, dotados, geralmente, de grandes motores elétricos também. Sim, precisamos usar três vezes o adjetivo “grande” na primeira frase para quantificar que tão potente quanto o tamanho dos equipamentos, pode ser o arco elétrico que ele gera no caso de um curto circuito. O que isso significa? A resposta é simples: perigo. E é justamente contra esse fenômeno que a Rockwell Automation lançou tecnologia há pouco tempo. Trata-se de um inversor regenerativo de média tensão, e com resistência mais de duas vezes superior à oferecida convencionalmente por tecnologias mais tradicionais no mercado.

Chamado de PowerFlex 7000, esse sistema não só é um inversor de frequência para motores elétricos de média tensão e capaz de resistir a arcos elétricos de até 50 kA (quiloampere), mas também é um regenerador de energia, que pode representar reduções de custos bem significativas nas operações cotidianas de máquinas industriais. “Em vez de desperdiçar energia, ao transformá-la em calor no inversor ou no motor, a tecnologia a captura e a devolve à rede elétrica para uma melhor gestão, menor esforço para o inversor e motor e economia nos custos energéticos”, explica a Rockwell.

Tomaz Shintate, gerente de produto-potência da empresa, completa que o retorno depende da energia cinética do equipamento mecânico. “Suponhamos que seja um transportador de correias em declive e acionado com motor elétrico, e que o motor precise trabalhar com a corrente nominal para frenar a carga. Toda essa energia retornará para ser reutilizada (tirando, claro, a perda no próprio atrito do sistema e as perdas do inversor)”, diz ele. “Como em média tensão as potências são altas, o retorno de energia é bem significativo”, completa.

Adiantando que esse sistema foi testado para atender aos padrões globais e norte-americanos de resistência ao arco elétrico, Shintate esclarece que a função do inversor é, naturalmente, acionar motores de alta potência em várias aplicações na indústria, como bombas, ventiladores, compressores e transportadores. Mas, se tratando de motores de média tensão, o PowerFlex 7000 é sim uma inovação no que tange potência.

Segundo ele, em sistemas elétricos, todos os dispositivos devem suportar a corrente de curto nominal para evitar que, na eventualidade de um curto circuito, não ocorram explosões e eventuais incêndios. “A diferença é que o nosso inversor está preparado para sistemas elétricos com correntes de curto circuito de até 50 kA, quando, normalmente, em média tensão a corrente de curto fica abaixo de 20 kA”, explana.

Por essa potênciaa Rockwell Automation classificou o  PowerFlex 7000 como o primeiro inversor regenerativo de média tensão  realmente resistente a arco elétrico para a área de petróleo e gás.

O inversor leva uma tecnologia chamada ArcShield, que desvia do pessoal a energia e os gases perigosos criados a partir de um evento de arco elétrico. Isso ajuda a reduzir os riscos de segurança e a proteger os equipamentos em indústrias pesadas de processo, novamente, como as de petróleo e gás, mineração, geração de energia e tratamento de água e esgoto.

De acordo com o especialista da Rockwell Automation, o sistema não só foi testado e aprovado como já é utilizado em alguns equipamentos no mundo, principalmente em processos nos quais são exigidos maior nível de segurança para as pessoas que trabalham ao redor do inversor. “Vale ressaltar que, evitando a propagação do arco, a tecnologia também diminui os danos ao equipamento”, diz. Ele conclui que esses inversores têm reforço mecânico e área de escape para aliviar a pressão do painel num eventual arco elétrico provocado por um curto circuito, por exemplo.