Equipamentos de teste de rede óptica entram em círculo virtuoso que vai até 2024. Na China, taxa de incremento é de 6,32% ao ano

Por Nelson Valêncio – 04.05.2017 –

Segundo agência de inteligência americana Transparency Market Research (TMR), novo ciclo de demanda por dispositivos foi iniciado nesse ano e está sendo puxado pela necessidade voraz por banda larga

Com ou sem crise, a demanda por mais banda larga continua no Brasil e no mundo e, atrás dela, existe uma cadeia de negócios envolvida com a construção e manutenção de redes ópticas. A razão é simples: para dar conta das supervias de informação é preciso diagnosticá-las e há um grupo de equipamentos de teste especialmente desenhado para isso, o que inclui, entre outros os OTDRs, sigla em inglês para reflectômetros ópticos por domínio de tempo. De acordo com a consultoria americana TMR, o universo dos chamados FOTE (equipamentos para teste de redes ópticas) acaba de entrar num círculo virtuoso de crescimento que vai até 2024.

O uso desses dispositivos avança para várias áreas e não se restringe às redes das operadoras. Grandes empresas de óleo e gás e várias instalações militares, para citar dois exemplos, possuem infraestrutura óptica. No Brasil, por exemplo, dutos de transporte de gás têm uma rede instalada ao longo do percurso, funcionando para monitorar não só o estado deles, como também como malha óptica que pode ser, inclusive, locada. Os FOTE são aplicados em várias etapas, desde a construção, projeto, manutenção e correção de falhas.

Para a TMR, além do crescimento da banda larga em si, a maior implantação de redes que vão até a casa do assinante (FTTH, de fiber to the home) é outro fator que vai exigir cada vez mais o uso de equipamentos. “Um número crescente de serviços de negócios e multimídia está contribuindo para o crescimento do mercado”, avalia a empresa, ao mesmo tempo em que alerta para os desafios.

Entre os prováveis problemas para a maior adoção dos FOTE está a falta de técnicos especializados. Para a TMR é preciso que essa mão de obra mantenha-se atualizada com os avanços de tecnologia. Os altos custos de manutenção de um parque de equipamentos – alguns deles valorados em milhares de reais – combinado com o investimento em capital para compra-los é outro ponto a ser entendido. Na avaliação da consultoria, a disputa entre fornecedores envolve a oferta de equipamentos com preço menor e com mais funcionalidades.

Um dos diferenciais, na avaliação da TMR, é o suporte técnico e o serviço especializado de atendimento ao cliente, os quais funcionam como um corretivo da falta de mão de obra especializada. A especialização por tipo de tecnologia ou em função de nicho de mercado (telecom, energia, óleo e gás, etc) pode ser outra saída de posicionamento para os fornecedores.

Enquanto a TMR não cita percentuais, outra consultoria, a Technavio, estima que somente o mercado chinês para equipamentos de teste de rede óptica deve crescer a uma taxa anual composta (CAGR) de 6,32% entre 2014 e 2019.