Escaneamento com laser 3-D revela tudo sobre a construção

Nelson Valêncio (Da World of Concrete – Las Vegas) – 24.01.2019 –

Mas nem todos os dados serão fornecidos de graça, segundo especialistas americanos Bill Palmer, editor do Commercial Construction Group, levantou a questão que tem sido discutida entre construtoras americanas e os provedores de serviços de escaneamento em 3D. De acordo com Palmer, o escaneamento com laser 3-D pode revelar tudo sobre a obra em vários estágios, mas o tsunami de dados também tem o poder de confundir, se não for civilizado. A própria avaliação da American Society of Concrete Contractors (ASCC) vai nessa direção. “Nós queremos surfar nessa onda e não sermos afogados por ela”, resumiu Bruce Suprenant, diretor Técnico da entidade em entrevista a Palmer.

Tecnicamente, o escaneamento a laser 3D cria uma nuvem de pontos, com coordenadas tridimensionais que vão dando a forma a qualquer tipo de objeto, inclusive colunas e vigas, entre outros. No caso das construtoras, o avanço do 3-D permite determinar o nível de precisão entre o que elas contrataram de seus parceiros e o que realmente está sendo entregue. Os dados podem, por outro lado, causar várias disputas em níveis milimétricos. Outra questão o nível de informação que as construtoras devem ceder aos seus clientes finais, os donos dos empreendimentos.

Segundo Philip Lorenzo, citado na reportagem de Palmer, e e presidente do desenvolvedor de software Rithm, os clientes das construtoras devem pagar por dados adicionais se o quiserem. Ele lembra que várias construtoras já tem feito, inclusive, o escaneamento do concreto ainda úmido. Pra nós, fica a lição de Samuel Whurman, especialista em comunicação na era do grande volume de dados. Dizia ele “muita informação, informação nenhuma”. Em resumo: é preciso dosar o que se recebe de dados. Independente de que área estamos.