Especialista traça cenário do mercado brasileiro de rede fixa

Redação – 08.08.2024 – Crescimento da qualidade da Internet no Brasil não acompanha os custos do setor e provedores precisam se preparar José Ruppenthal, CEO da Telco Advisors, apresentou uma série de dados sobre o mercado brasileiro de banda larga fixa durante palestra na NETCOM 2024. Atualmente, 75,5% das conexões são por fibra óptica no […]

Por Redação

em 8 de Agosto de 2024
Redação – 08.08.2024 – Crescimento da qualidade da Internet no Brasil não acompanha os custos do setor e provedores precisam se preparar

José Ruppenthal, CEO da Telco Advisors, apresentou uma série de dados sobre o mercado brasileiro de banda larga fixa durante palestra na NETCOM 2024. Atualmente, 75,5% das conexões são por fibra óptica no Brasil, subindo para 90% se considerados apenas os clientes de provedores regionais (ISPs). A velocidade média cresceu 37% nos últimos 12 meses e hoje está 160 Mbps, colocando o Brasil na 24ª posição do mundo nessa categoria. Em tamanho de mercado consumidor, o País é o terceiro maior mercado, atrás de China e Estados Unidos.

Esse cenário, muito benéfico para o consumidor, visto que a competitividade é muito forte. Atualmente, seis operadoras concentram metade do mercado hoje, mas são necessários 832 provedores para chegar a 90% do market share – para se ter uma noção, cinco empresas dominavam o mercado inteiro em 2013. Como lembra Ruppenhal, em 2013, o Brasil não tinha rede e preço da banda larga era muito caro, o que significa que a transformação fez muito bem ao consumidor.

Mas o cenário para os provedores já não é tão feliz atualmente. A alta do dólar junto com a inflação, puxados pela crise global, e as dificuldades de se obter financiamento no Brasil impedem o aumento de investimentos em rede. A concorrência impede aumento de preços ao mesmo tempo em que o poder de compra do brasileiro diminui. “O acesso de alta velocidade custa 10% do salário mínimo, o que atrai inadimplência”, ainda diz o especialista.

Até poucos anos atrás, havia um oceano azul no Brasil, pois havia muito espaço para adicionar número de assinantes, mas, entre janeiro e maio de 2024, foram adicionados apenas 1,7 milhão de clientes, o que é um número pequeno para os 15 mil provedores em atuação no País. “81,7% dos domicílios ocupados já estão conectados”, lembra Ruppenthal.

Por isso, ele destaca a necessidade de ressignificar o negócio. Ele aposta no que chama de mercado de banda larga 3.0, que impulsiona os provedores a escolherem um novo core business e se posicionarem em algum segmento, seja de B2B ou clientes finais. Também será preciso investir na criação de ecossistema de soluções e plataformas para aumentar os SVA à infraestrutura. Fusões e aquisições também precisam estar no radar.