Fabricante chinesa de telecom atende Brasil via Mercosul

Por Nelson Valêncio – 05.05.2017 –

Coppral monta planta industrial em Ciudad del Este, no Paraguai, e passa a fabricar cabos para redes internas, coaxiais e metálicos. Próximo passo envolve redes ópticas

Três fatores levaram a chinesa Coppral, fornecedora de cabos de energia e telecomunicações, a montar sua fábrica no Paraguai: além da vantagem tributária, a mão se obra especializada e a proximidade com mercados que retomam o crescimento – Argentina – pesaram na decisão entre a atual sede e a alternativa do Uruguai. A favor de Ciudad del Este está também a distância de 11 km em relação à Foz do Iguaçu, no Paraná, entrada do processo de logística para atendimento ao Brasil.

O brasileiro Leopoldo Teixeira está à frente da operação da subsidiária sul-americana da Coppral, como presidente. O executivo também é diretor da trading Bancor, que faz o processo de importação dos cabos de energia e telecomunicações que não são produzidos no fábrica do Mercosul. Segundo ele, a ativação da unidade industrial é uma reação à mudança de mercado no Brasil, com o fechamento de alguns dos então clientes e aparecimento de oportunidades. “Nosso principal cliente é o insatisfeito”, resume Teixeira, que atua no mercado há pelo menos quatro décadas.

De acordo com o executivo, a fábrica começa atuando como O&M de outras marcas, mas vai produzir cabos com a grife Coppral. A aposta dele é na qualidade, uma vez que a precificação passa a ficar mais equilibrada com a produção no Paraguai. Para dar conta da distribuição no Brasil, Teixeira fecha acordo com parceiros locais. A proximidade, na avaliação dele, vai facilitar tanto a entrada mais incisiva no mercado argentino, como a própria capilaridade no Brasil.

Com a recente homologação da Anatel, a Coppral já fornece os cabos coaxiais e metálicos para redes internas no país. O próximo passo é a produção de cabos ópticos, mercado que não para de crescer, apesar dos contratempos. Em relação à fábrica no Paraguai, Teixeira lembra que a escolha também aconteceu em função de a planta já estar em construção para um projeto da japonesa Fujikura, que desistiu da empreitada. É a famosa história do cavalo encilhado que aparece na sua frente…