Falta de chips pode ameaçar mercado de IoT

Redação – 21.05.2021 – Tempestade perfeita é apontada por pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie

O ecossistema da Internet das Coisas (IoT) corre riscos e isso acontece agora. O ponto de vista é defendido pelo professor Vivaldo José Breternitz, doutor em ciências pela USP e que atua na Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O pesquisador cita como fonte de sua argumentação um levantamento recente feito pela consultoria Forrester, bastante conhecida no setor de TI e telecom.

Breternitz chama a atenção para a escassez global de chips, que são necessários à fabricação de dispositivos conectados”, e para o déficit preocupante de profissionais para desenvolvimento de aplicações, relatado pela maioria dos fabricantes, parecem estar criando uma tempestade perfeita para a área de Internet das Coisas (IoT).

“A pesquisa descobriu que 80% dos fabricantes globais estão enfrentando desafios na produção de produtos e serviços digitais. Parte do problema decorre da demanda sem precedentes por dispositivos IoT – já existem mais coisas conectadas do que pessoas no mundo e a tendência é de crescimento, como diz outra empresa das área, a IDC, que estimou recentemente que haverá um total de 41,6 bilhões de dispositivos conectados em 2025”, explica o pesquisador do Mackenzie.

Segundo ele, os consumidores estão particularmente interessados ​​em usar produtos inteligentes em suas casas: lâmpadas, termostatos e até geladeiras conectadas. “A Forrester previu que, em 2025, o lar americano médio terá 20 dispositivos conectados à internet”, destaca Breternitz.

Ele também lembra que mais 80% das empresas ouvidas pela Forrester disseram que precisam lançar rapidamente novos produtos e serviços inteligentes para manter ou aumentar sua posição no mercado; isso significa, na maioria dos casos, que um novo ciclo de pesquisa e desenvolvimento precisa ser iniciado.

“E fica a dúvida maior: para isso, talentos estarão disponíveis em quantidade adequada? Ao menos aqui no Brasil, com certeza, não”, finaliza.