Falta maturidade para plataformas elevatórias deslancharem no Brasil, diz executivo da Skyjack

Diretor da fabricante canadense de plataformas elevatórias aponta que empresas brasileiras não enxergam potencial de produtividade e segurança que equipamentos trazem

Por João Monteiro

em 4 de Junho de 2025

Há cerca de 13 anos no mercado brasileiro, a canadense Skyjack, fabricante de plataformas elevatórias móveis de trabalho (PEMT), ainda avalia que o Brasil não tem um mercado maduro o suficiente para esses equipamentos. Segundo Jose Sommariva, diretor de vendas para América Latina da marca, o mercado local absorve de 4 a 5 mil unidades por ano, volume bem aquém do potencial.

A Skyjack participa da Brazil Equipo Show (BES) 2025, evento realizado durante esta semana em Jaguariúna (SP) e onde expõe as suas plataformas tipo tesoura e também com lanças articuladas. Sommariva explica que são modelos com boa penetração no mercado brasileiro e que competem com instrumentos menos tecnológicos, como as escadas. “As empresas brasileiras ainda não entendem a segurança e a produtividade que as plataformas entregam”, diz ele, que aponta para a falta de regulação que não pede por maiores medidas de segurança do trabalho.

A indústria em geral e a construção são os principais mercados em que a companhia enxerga seus equipamentos. No entanto, a Skyjack só comercializa suas plataformas com locadoras de máquinas, pois é onde avalia haver mais vantagem para o seu negócio. Para elas, há uma equipe dedicada de vendas e a canadense fornece treinamentos técnicos e comerciais, além de suporte de pós-venda.

Skyjack quer educar o mercado

Como forma de conscientizar o mercado das vantagens das plataformas elevatórias, o diretor da fabricante diz que a companhia realiza eventos e visita empresas para mostrar seus equipamentos. “O Brasil é um mercado em potencial, mas precisamos mostrar que tem mais aplicações para nossas plataforma”, diz.

Atualmente, o Brasil é o maior mercado da América Latina para a Skyjack, não só por causa de seu tamanho, mas também por ser um pouco mais maduro que os vizinhos. Não por acaso, tem um estoque local dos equipamentos, que são importados, na base da empresa em Indaiatuba (SP).

Por aqui, o que atrai mais atenção são as plataformas do tipo tesoura, da faixa de 12 metros de altura de elevação, sejam elétricas ou movidas a diesel.

A dificuldade que é compartilhada entre fabricantes de outras linhas de equipamentos, no entanto, é o acesso ao crédito, devido às altas taxas de juros. Sommariva diz que há parceiros financeiros e até condições especiais, mas estas estão disponíveis só para as locadoras.