Governo estuda solução para a Linha 6 do Metrô de São Paulo

Da Redação – 05.07.2017 –

Com suas obras paralisadas há quase um ano, projeto pode ter seu contrato cancelado ou ser assumido por novos investidores.

Caminha para a fase final a novela em que se transformou a implantação da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, cujas obras estão paralisadas desde setembro de 2016. Já está na mesa do titular da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) do governo paulista a proposta do Consórcio Move São Paulo, que venceu a licitação para construir esta linha em regime de concessão, para viabilizar a retomada do projeto. Agora, caberá à STM adotar as medidas cabíveis diante dos constantes atrasos no projeto, o que pode incluir o cancelamento do contrato ou um esforço para que a concessionária venda sua participação a novos investidores interessados em assumir o empreendimento.

Fontes do governo já ventilaram ao mercado e à imprensa que preferem a segunda alternativa – inclusive com o interesse de outros grupos no projeto – o que evitaria realizar um novo processo licitatório e todos os atrasos decorrentes dessa situação. Afinal, há um consenso de que dificilmente a Move São Paulo conseguirá reunir os recursos necessários para fazer frente aos investimentos que o projeto demanda. Formado pelo fundo de investimentos FIP Eco Realty, pela Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia, o consórcio encontra dificuldades em conseguir o financiamento que pleiteia junto ao BNDES para a implantação do projeto, devido ao envolvimento de alguns de seus sócios na Lava Jato.

Como o consórcio é o único responsável pela obtenção dos financiamentos necessários para as obras, que estão com apenas 15% de execução, cria-se um impasse. A STM já aplicou multas de 27,8 milhões de reais à concessionária, diante do descumprimento do cronograma, e promete endurecer nas negociações. Com um custo inicial estimado em 9,6 bilhões de reais e previsão de entrega para 2021, a Linha 6 do Metrô paulista terá 15,3 quilômetros de extensão e será toda subterrânea, o que impõe maiores custos e desafios de engenharia ao projeto. Ela sairá da estação São Joaquim, da Linha 1-Azul do Metrô, e se estenderá até a Vila Brasilândia, na zona Norte da cidade.

Segundo o governo paulista, o Estado já investiu 694 milhões de reais no projeto até o momento, para o pagamento de eventos de aporte (obras civis), e outros 979 milhões de reais em desapropriações. Contando com 15 estações, o projeto vai interligar as linhas 7-Rubi e 8-Diamante, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bem como as linhas 1-Azul e 4-Amarela, do Metrô de São Paulo. A previsão original era de que esse projeto transportaria cerca de 633 mil passageiros por dia.