Governo fluminense recebe R$ 500 mil em estações de monitoramento de água

Da Redação – 26.07.2016 –

Tecnologia foi desenvolvida e doada por empresas alemãs e atendem quatro cidades do Estado.

Quatro estações de monitoramento da qualidade da água acabam de ser instaladas nos municípios de Nova Friburgo (Rio Grande), São Fidélis (Rio Dois Rios) e Campos dos Goytacazes (Rio Muriaé e Rio Paraíba do sul). Os equipamentos, são os primeiros no Estado a funcionar totalmente de forma automatizada, além de fornecerem dados mais complexos e em tempo real. Com investimento próximo a R$ 500 mil, eles foram desenvolvidos e doados por empresas alemãs.

A instalação dos instrumentos de monitoramento faz parte de um projeto piloto do Intecral (Integração de Ecotecnologias e Serviços para o Desenvolvimento Rural Sustentável), parceria do Programa Rio Rural, da Secretaria de Agricultura do estado do Rio de Janeiro, com o governo da Alemanha.

Há três anos, pesquisadores estrangeiros viajam ao interior fluminense para identificar gargalos produtivos e propor soluções tecnológicas que respeitem o meio ambiente. No caso da água, a opção foi pela instalação das estações.

Panorama
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), um dos maiores desafios do Brasil é fazer avaliação permanente da qualidade da água. Apesar de existirem mais de 1.300 pontos com equipamentos específicos instalados, eles não fornecem dados para uma avaliação completa, elencando apenas temperatura, oxigênio dissolvido, pH e condutividade (quantidade de sal).

Segundo a ANA, uma avaliação mais detalhada e contínua se torna difícil, pois exige esforço de logística (coleta, armazenamento e transporte) para que as amostras de água cheguem aos laboratórios. Além disso, não há procedimentos padronizados no país para a coleta e preservação das amostras, o que significa que duas instituições podem ter resultados diferentes no mesmo trecho de um rio.

Segundo o governo do Rio de Janeiro, as sondas instaladas nas regiões Serrana e Norte fluminense trabalham de forma avançada. Além dos dados básicos da água, elas obtêm outros doze tipos de indicadores, como nível de turbidez (água barrenta), carga de amônia (indicador de bactérias) e clorofila (sinalizador de poluição). “Quanto melhor a qualidade da água, menos se gasta para tratá-la. Esses dados poderão ser utilizados pelos órgãos gestores dos recursos hídricos, como os comitês de bacias hidrográficas, as concessionárias de água e poder público”, diz Juan Ramírez, pesquisador de gestão de recursos hídricos da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, na Alemanha.