Grandes empreiteiras perdem espaço com a Lava Jato

Da redação, com informações do Estadão Conteúdo e UOL – 12.09.2016 –

Faturamento das 15 maiores caiu de R$ 51,1 bilhões, em 2013, para R$ 30,4 bilhões, segundo revista O Empreiteiro. Governo atual poderá rever concessões que não estão sendo cumpridas e que foram homologadas por Dilma.

A operação Lava Jato não vai deixar saudades nas grandes construtoras brasileiras. Elas visivelmente perderam espaço e devem perder ainda mais. Segundo reportagem do Estadão Conteúdo de hoje, gigantes como Andrade Gutierrez – do grupo das investigadas – é um exemplo. Entre ela e a gaúcha Toniolo Busnello há uma diferença de faturamento de R$ 5 bilhões. A primeira sofre as consequências de fazer parte de uma lista negra, enquanto a empresa sulista teve um aumento de 18% de receitas em 2015, atingindo R$ 720 milhões e melhorando sua presença no ranking da revista O Empreiteiro, uma referência do segmento.

Em 2013, as 15 maiores da construção listadas pela publicação somavam um faturamento de R$ 51,1 bilhões. No ano passado, a soma chegou a R$ 30,4 bilhões, sendo que tanto a Odebrecht como a OAS se negaram a informar seus valores. A movimentação indica a entrada de empresas de menor porte, ainda que grandes, no rol da elite de construção. Estão nesse grupo companhias como Serveng e ARG (citada no Mensalão, de acordo com Estadão).

Para um consultor da KPMG ouvido na reportagem, as grandes continuam no mercado, mas perdem a representatividade. Para esse site, fica a ponderação: obras complexas exigem não só capital intensivo como expertise. As empreiteiras intermediárias terão condição – sozinhas de arcar com isso?

A situação pode ainda complicar mais. A edição de hoje do UOL destaca a possibilidade de o governo federal refazer licitações de concessões do governo Dilma que não estão cumprindo o contrato. O tema faz parte da pauta do conselho do PPI – Programa de Parcerias em Investimentos, marcado para amanhã, terça, dia 13 (um mau sinal para quem acredita em azar). Um exemplo é a linha 6 do metro de São Paulo, cujo consórcio teria anunciado a paralisação de parte do projeto na semana passada, em função de reorganização financeira.