Hidrelétrica no Amazonas inicia a primeira operação com flutuadores para gerar energia solar

Da Redação – 07.03.2016 –

balbiniaA usina hidrelétrica de Balbina (AM) recebeu na última sexta-feira (04/03) o primeiro projeto mundial para geração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas. O protótipo de usina solar fotovoltaica de 64 m² foi instalado sobre flutuadores. Em suma, o painel de controle aponta imediatamente a energia que começa a ser gerada, com pequenas oscilações a cada nuvem mais pesada que passa.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que a tecnologia pode trazer mais racionalidade e reduzir custos das tarifas, ao permitir o uso de capacidade ociosa de sistemas do setor elétrico. “Nós estamos gerando hoje, aqui na hidrelétrica de Balbina, em função da seca que está no lago, cerca de 50 MW. Como nós temos uma linha de transmissão de 230 Kv, a estrutura está subutilizada. É como se tivéssemos uma avenida onde poderiam passar 10 mil veículos por hora e estão passando apenas mil”, avaliou.

Segundo o Ministério, nessa hidrelétrica no Amazonas a ampliação da geração com energia solar tem ainda um significado ambiental, pois “este lago é um dos maiores do mundo. Essa hidrelétrica foi um dos maiores crimes ambientais que a engenharia já cometeu neste país. Como mitigar o custo deste crime? Melhorando a relação custo benefício da usina”, como pontou Braga.
Após a conclusão das pesquisas, que serão conduzidas pelas universidades federais do Amazonas e de Pernambuco, o sistema em Balbina poderá ser ampliado de 50 MW para até 300 MW, superando a própria capacidade da hidrelétrica e beneficiando cerca de 540 mil residências.

Investimentos
Nas próximas semanas devem ser aprofundados os estudos nessa área para a ampliação desse tipo de sistema em Balbina e outras hidrelétricas brasileiras. Os projetos serão realizados com recursos de R$ 100 milhões, divididos entre a Eletrobrás e a Chesf, e tem como data para apresentação de resultados o início de 2019.