Nelson Valêncio – 14.04.2021 –
Operadora foca em clientes corporativos de cidades médias no Paraná e em Sã Paulo e aposta no crescimento de serviços na nuvem
A Horizons é uma operadora de telecomunicações discreta, mas com um portfólio atrativo. Tem uma rede de fibra óptica de 3 mil km, cujo crescimento médio é 10% ao ano e centrada em cidades médias do Paraná e São Paulo. A única que foge um pouco desse perfil é Curitiba, mas há razões para isso: a capital paranaense é sede da companhia e forma um cluster, com a infraestrutura expandida para as cidades do seu entorno, inclusive Colombo (parque industrial importante), São José dos Pinhais (onde está o aeroporto internacional) e Araucária (que sedia uma refinaria da Petrobras).
Em São Paulo, a Horizons tem redes em cidades como Osasco, importante por ser um polo industrial da região metropolitana da capital, e São José dos Campos, com perfil de concentrar empresas de alta tecnologia, mas ser ainda carente em infraestrutura de conectividade de rede. Assim como acontece nas outras praças, as cidades paulistas são atendidas por uma equipe enxuta da operadora paranaense, que mantém um centro de operação de redes (NOC) em Curitiba. A oferta de serviços de conectividade em fibra óptica é agora combinada com os serviços em nuvem.
Com essa característica, a Horizons pretende avançar no mercado corporativo, onde já atende 1,5 mil clientes e tem cerca de 13 mil acessos ativos. De acordo com Sérgio Wolski, diretor de Engenharia e Operações da operadora, 90% da malha óptica da Horizons é aérea, com apenas 10% de rede enterrada em locais com restrição, caso dos centros históricos ou de áreas mais modernas, cabeamento subterrâneo. A característica de ser totalmente óptica nasceu da consultoria de Renato Guerreiro, o primeiro presidente da Anatel e que ficou à frente (pós período governamental) de um escritório de engenharia.
Com topologia em anel, a infraestrutura da Horizons também evita problemas de atendimento em caso de rupturas. O NOC de Curitiba – pelo automação da rede – consegue resolver remotamente 80% dos incidentes e retomar a operação. O restante é acompanhado in loco pelas equipes de campo, lotadas nas cidades onde a operadora atua. Wolski destaca ainda que o planejamento de expansão de rede continua sendo feito dentro de casa e a operadora supervisiona a implantação da malha, mas contrata as empreiteiras para a ativação da rede.
Tecnologicamente, a Horizons deve manter sua rede passiva óptica em gigabit (GPON), pois tem margem para sustentar o crescimento de demanda. “Poderíamos atender o dobro de clientes com a infraestrutura atual”, garante o diretor de Engenharia e Operações. Os principais parceiros continuam sendo a Juniper, para a rede IP, e a Nokia (ex-Alcatel Lucent) para o GPON. No data center, o principal parceiro de tecnologia é a Dell. Em termos de investimento em rede, a Horizons avalia que já foram aplicados cerca de R$ 80 milhões desde o começo de operação da companhia.