Huawei aposta em solução de “fibra sem fio” para ISPs

Por Nelson Valêncio – 12.08.2016 –

Segundo fabricante chinesa, WTTx tem um tempo de retorno de investimento médio 50% mais rápido do soluções equivalentes de fibra óptica usadas no acesso. A meta é expandir a tecnologia entre os provedores regionais (ISPs).

Jefferson Taborda - Gerente de Marketing de Telecomunicações da Huawei
Jefferson Taborda – Gerente de Marketing de Telecomunicações da Huawei

O WTTx é mais uma das siglas do mundo de telecomunicações e significa a ativação de uma tecnologia que leva a banda larga sem fio até o usuário final, seja ele residencial ou corporativa. Daí o x final. Seria uma opção às redes de fibra óptica do tipo FTTx (fiber to the x), razão pela qual alguns a chamam de wireless fiber to the x. Bom, com tantas letras, o x da questão para a chinesa Huawei não é enigmática. Ela quer expandir o uso da sua solução entre os provedores regionais (ISPs) com o mote de que o WTTx provê a experiência da infraestrutura óptica (maior velocidade, etc) com um tempo de retorno de investimento (ROI) pelo menos 50% menor.

Segundo Jefferson Taborda, gerente de Marketing da fabricante oriental, uma rede em WTTx, que opera em espectros da frequência licenciada de 2,6 GHz, pode ser ativada, esse retorno (ROI) pode ser alcançado em 18 meses. Comparativamente em relação à uma infraestrutura óptica, ele avalia que o tempo seria pelo menos o dobro. No Brasil, ele destaca que uma das operadoras que já adota o WTTx conseguiu um time to market, ou seja, ativar sua oferta, em seis meses, também metade do tempo que faria caso optasse pela fibra óptica como meio físico de transmissão.

Organizando as informações: o WTTx da Huawei, que é uma tecnologia de quarta geração (4G), já vem sendo usado no Brasil pela Sky e pela On Telecom, dois casos públicos. Uma delas, segundo a fabricante chinesa “com centenas de milhares de usuários há pelo menos dois anos”. A novidade, agora, é a expansão da oferta para o mercado de provedores regionais que acabaram de comprar as licenças licitadas pela Anatel (resultado final em julho último) e que têm – teoricamente – 18 meses para avançar em suas redes.

O WTTx, na avaliação de Taborda, seria ideal para esse tipo de empreitada. Primeiro porque consegue passar a sensação de serviço de uma rede óptica convencional, uma vez que opera com velocidades de 2, 4, 20 Mbps ou mesmo 100 Mbps (conseguida com uso combinado de outros recursos tecnológicos). Segundo, porque essa oferta pode ser lançada mais rapidamente do que se o meio físico fosse a fibra e sem as barreiras dessa última (instalação da rede em postes ou enterrada, negociação de licença ambiental ou com as concessionárias de energia, donas dos postes, etc). Terceiro pela flexibilidade de ativação no usuário final.

De acordo com um material de divulgação da Huawei, o assinante potencial de serviços baseados em WTTx teria apenas que ativar um CPE, equipamento que fica locado na sua casa, para começar a desfrutar dos serviços. Seria plug and play. É claro que, do lado da operadora ou do provedor regional, é necessário que a infraestrutura de rede esteja também instalada. Em resumo, o nome do negócio é time to market.

Oficialmente, a Huawei acredita – palavra do vice presidente da subsidiária local – Huang Hailin – que o WTTx é ideal para países e regiões onde as redes de banda larga fixa não estão totalmente desenvolvidas e também em países com implantação de fibra limitada pela sua geografia. “Modelos de negócios baseados em WTTx têm sido adotados por diversos provedores de internet e operadoras de telefonia móvel em todo o mundo, principalmente para serviços de banda larga doméstica”, resume.