Infraestrutura recebe R$ 13 bilhões do BNDES no primeiro semestre

Da redação – 01.08.2016 – 

Valor corresponde a 32,3% do total distribuído pelo banco entre janeiro e junho. No geral, os desembolsos foram a metade do montante liberado para o setor no mesmo período de 2015.

O mercado de infraestrutura continua sendo o principal foco, seguido pela indústria, dos investimentos do BNDES. O setor com um todo recebeu praticamente um terço dos R$ 40,1 bilhões efetivamente liberados de janeiro a junho. Apesar do volume ser impressionante, os recursos apresentaram uma queda significativa: a média geral foi de 42% e, no caso de infraestrutura, a retração foi ainda maior: 50%. A exceção? O subsegmento de construção, cujos desembolsos totalizaram R$ 1,313 bilhão, o que representa um crescimento de 17% em relação ao primeiro semestre de 2015.

O mercado de energia elétrica continua sendo o carro chefe em infraestrutura, apesar da retração de 56% dos desembolsos de janeiro a junho desse ano (sempre comparado ao mesmo período de 2015). Em ervanário, o setor recebeu praticamente R$ 4,6 bilhões. O setor de transporte rodoviário, com R$ 2,5 bilhões (e retração de 35%) ocupa o segundo posto. Outros modais de transporte (agrupados separadamente das áreas rodoviária, ferroviária e das atividades auxiliares de transporte) ocupam o terceiro lugar: quase R$ 1,8 bilhão.

A maior paulada foi para o segmento ferroviário, que recebeu R$ 562 milhões no primeiro semestre, mas o de telecomunicações sentiu mais o peso, com desembolsos de apenas (para os padrões do BNDES, bem explicado) R$ 158 milhões e uma diminuição de 65% comparativamente ao primeiro semestre de 2015.

Na avaliação do BNDES, as consultas e aprovações, fases que antecedem o desembolso de fato, passam por uma fase de acomodação. Segundo a versão oficial da instituição, “de janeiro a junho último, as consultas por novos financiamentos, no total de R$ 56,4 bilhões, tiveram recuo de um por cento na comparação com igual período de 2015, em termos nominais, indicando desaceleração no ritmo de queda”. Porém, “as aprovações, que vinham apresentando declínios sucessivos, reagiram e registraram aumento de um por cento no acumulado do primeiro semestre do ano, atingindo R$ 43,9 bilhões, também a preços correntes”.

Novamente, o setor de construção apresenta bons índices: no sebsegmento, onde estão classificados alguns dos projetos de mobilidade urbana, as aprovações cresceram 512%, acumulando R$ 1 bilhão em janeiro/junho passado. Outra área de destaque é a de atividade auxiliar de transporte, categoria que reúne projetos de concessão na área de logística, onde foram aprovados R$ 3,9 bilhões (alta de 98%).

O BNDES explica que a tendência desses indicadores se tornará mais nítida nos próximos meses, quando já estarão refletindo as novas políticas operacionais (POs) do banco, atualmente em fase de revisão. “Conforme já sinalizado pela nova Diretoria do Banco — e a exemplo do que já foi anunciado para o setor de transmissão de energia elétrica —, as POs abrirão maior espaço para a complementação de financiamentos com mecanismos de mercado”, diz oficialmente a instituição. Além de infraestrutura, o BNDES contemplou os setores da Indústria, com R$ 11,8 bilhões (participação de 29,5%), Comércio e Serviços (R$ 8,7 bilhões) e Agropecuária (R$ 6,6 bilhões).