Infraestrutura urbana anda péssima na visão dos taxistas

Da Redação – 29.01.2016 – 

Condições das vias e da sinalização respondem por 14,5% dos acidentes graves, segundo pesquisa inédita da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que ouviu mais de 1 mil profissionais em 12 estados.

Não está nada fácil a vida dos taxistas nas grandes cidades e o aparecimento do Uber é apenas mais um dos problemas. A informação é da CNT, que executou um levantamento inédito mapeando a vida dos profissionais em 12 estados brasileiros. Um dos dados revelados é o papel da infraestrutura das vias urbanas, apontada como a terceira maior causa de acidentes graves. Esse fator só fica atrás da própria distração dos motoristas (apontado por 30,3% dos entrevistados) e da imprudência de terceiros (indicada por 21,8%). De acordo com os pesquisados, 9,4% das ocorrências graves são resultado da condição precária de sinalização ou mesmo da falta de sinalização. Para 6% dos taxistas, a causa mais importante é o estado das vias. Somados os dois fatores, o resultado é que 14,5% dos fatores estão ligados à melhoria das ruas e avenidas.

Para 40% dos motoristas ouvidos, as vias estão em condições péssimas. Outros 21% classificam as ruas e avenidas como ruins e 29% acha que estão regulares. Somente 10,3% avalia que as condições são boas, enquanto apenas 1% de abnegados classifica as vias como ótimas. A infraestrutura de apoio aos taxistas, caso dos abrigos nos pontos, também não recebeu elogios da classe: para 54,4% a estrutura é ruim ou péssima. Mesmo em locais de espera ruim, os motoristas estão conectados, sendo que 78,5% usa internet e grande parte deles faz isso por meio do dispositivo móvel. O desconhecimento de parte deles a respeito da internet não se aplica ao Uber, pois  92% sabem como funciona o serviço, sendo que 72% deles é contra a existência dessa alternativa.

Além dos números sobre infraestrutura e concorrência, a pesquisa da CNT traz outros dados, como a idade média da frota, mostrando que 94% dos veículos têm menos de seis anos de uso. No caso da saúde dos profissionais, a sinalização seria, no mínimo, amarela, considerando que 74% estão acima do peso e 16,7% têm problemas de hipertensão, enquanto 16,4% apresentam problemas de visão e outros 14,7% apresentam problemas de coluna. Quase metade deles também possuem dívidas a vencer, uma razão a mais para o estresse diário, sem contar o gasto mensal médio de R$ 1.361 reais somente com combustíveis.

Realizado de entre 4 e 14 de novembro de 2015, o levantamento focou locais de grande fluxo de taxistas, incluindo regiões centrais, aeroportos, estações rodoviárias, proximidades de metrôs e de trens urbanos. Entre os principais assuntos, a pesquisa ouviu a opinião dos taxistas sobre condições de saúde, rotina de trabalho, segurança e concorrência com o Uber.