Instituto de Engenharia cobra ações para revitalização da Estrada de Ferro Campos do Jordão

Redação – 24.09.2021 – Com outras entidades, presidente do Instituto apresenta reivindicações e pede postura em carta enviada ao governador João Doria

O Instituto de Engenharia (IE), entidade que atua pela profissão no Brasil, encabeça uma lista de entidades que cobra ações para a requalificação da Estrada de Ferro Campos do Jordão. O espaço sofre com o vandalismo, de acordo com a carta enviada ao governo do Estado de São Paulo pelas organizações. 

O documento lembra que, em 2017, ocorreu o início do processo de privatização do Parque Capivari, integrante do patrimônio da Estrada de Ferro Campos do Jordão. O local conta com teleférico, pedalinhos e dezenas de quiosques. A exploração desses espaços ajudava a formar a receita da ferrovia e colaborava no custeio. 

A carta acrescenta que todos os colaboradores com cargos comissionados, em postos de liderança, foram exonerados em 2018. Tal medida deixou a operadora sem figuras de coordenação, causando casos de faltas injustificadas, paralisação ou atraso de serviços e até manutenções corretivas, pondo em risco a operação do sistema. 

Com a pandemia, os funcionários ficaram em casa. Na ausência de chefia, é impossível saber se há trabalho remoto, ou conferir metas a cumprir. E com o fim da obrigatoriedade de trabalho remoto, a maior parte dos funcionários não retornou aos seus postos de trabalho. 

Falta de segurança

O documento também mostra que, desde 2017, o trecho de serra da ferrovia está inoperante problemas de segurança. Até agora, nenhuma obra de recuperação foi feita, privando os turistas de conhecerem esse belo percurso. A paralisação, sem dúvida, impacta nas receitas, afinal as passagens para esse trecho deixaram de ser vendidas ao longo desses anos. 

Também há falta de segurança patrimonial. No final do primeiro semestre de 2021 foi furtada toda a catenária (rede aérea eletrificada que alimenta os trens), no trecho entre Pindamonhangaba e Piracuama (cerca de 20km). 

Em agosto, nova ação criminosa. Desta vez o alvo foi o trecho entre Piracuama e Eugênio Lefévre (Santo Antônio do Pinhal), onde fica a subestação de energia. Também foram levados desta vez os postes da rede aérea, que ficam em locais de difícil acesso. 

Quem participou da carta 

Além do Instituto de Engenharia, subscrevem o documento outras seis entidades: Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp), Asociacón Latinoamericana de Ferrocarriles (ALAF), Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), e Associação Nacional de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).