Internet das Coisas promete reduzir custos em transportes e logística

Da redação – 13.07.2016 –

Levando em conta o último estudo da DHL, apresentado na sua Conferência Global de Tecnologia, em Dubai, no ano passado, e no qual indica-se que a internet das coisas (IoT) pode movimentar US$ 1,9 trilhão em uma década, a S2 Inovações Tecnológicas acredita que o setor de transportes pode ter boa contribuição nesses números.

Segundo a empresa, nesse setor – onde a conexão de sensores e atuadores já é bastante difundida com o rastreamento e a telemetria – a novidade está nas novas tecnologias, que podem extrair diferentes informações, principalmente na camada de inteligência, que reúne a leitura de todos os dispositivos embarcados em uma única plataforma. “Por meio desse recurso, é possível processar, analisar e fornecer ao tomador de decisão informações completas”, informa, salientando que essas mesmas informações, trabalhadas em outras frentes de negócio, permitem à empresa unificar processos e melhorar sua cadeia logística.

“A Internet das Coisas permite a transformação de dados absolutos em conhecimento integrado e útil para a operação de transporte e logística. E as vantagens podem ir além: quando os veículos se conectam ao ambiente (estradas, sinais, outros veículos, relatórios de qualidade do ar e sistemas de inventário, etc.), os custos caem e a segurança e a eficiência aumentam”, diz Renato Carneiro, presidente da 2S Inovações Tecnológicas.

As plataformas de analytics, responsáveis pela camada de inteligência, segundo ele, permitem o embarque de ações que serão realizadas em cima de ocorrências, como no caso do furto de combustível, situação bastante comum nas estradas brasileiras. Nesse caso, ele sugere que a presença de uma câmera, acionada somente quando a soma de dois ou mais fatores – o sensor de tanque de combustível apresenta variação, o veículo está parado e o motorista não está na cabine, por exemplo – permite o envio de imagens somente do momento da ocorrência, mantendo as demais imagens armazenadas no equipamento embarcado no veículo.

Ele explica que esse filtro realizado com os dados é o que a Cisco chama de armazenamento em fog. Ou seja, os dados e imagens captados não vão todos para a nuvem, e é enviado somente o que é considerado relevante, reduzindo o tráfego e o consumo de dados.

Para esse processamento embarcado, é utilizado um roteador específico para o setor de transporte e o ambiente hostil de poeira, altas e baixas temperaturas e trepidações em que está inserido, uma novidade para o setor. O roteador funciona como centralizador de todos os aparelhos conectados ao veículo, para que todos os dados captados pelos sensores sejam enviados para ele, onde é feito o processamento e o envio para a nuvem por sinal 3G ou 4G.

Quando o veículo passa por uma área sem cobertura, esse equipamento grava os dados coletados, que são descarregados e enviados para a plataforma de
analytics assim que a conexão se reestabelece. Dessa forma, em momento algum há perda de conteúdo. “Outra possibilidade de transmissão é utilizar dois chips de dados, de operadoras diferentes. Quando a cobertura de uma falha, a outra é ativada. Com a estratégia adequada, IoT é um enorme diferencial competitivo”, avalia Carneiro.

Por isso, segundo ele, unindo a capacidade de processamento embarcada à inteligência das plataformas de analytics, o setor de transporte está descobrindo que as
informações de velocidade, dirigibilidade e localização podem representar muito mais para o negócio. “A 2S já participa de vários projetos como o piloto da Prodata, responsável pelo Bilhete Único em São Paulo Capital”, conclui o especialista (veja vídeo da internet das coisas usada nos ônibus paulistanos: https://youtu.be/Nlm2T9jMMOI)