Investimento externo em infraestrutura cresce 500%

Da Redação – 29.05.2017 –

Aportes no primeiro quadrimestre do ano apontam que a infraestrutura respondeu por 53% dos investimentos diretos no país, que somaram US$ 21,5 bilhões.

No primeiro quadrimestre deste ano, o ingresso de capital externo para projetos de infraestrutura no Brasil cresceu mais de 500% na comparação com o mesmo período de 2016. O volume total de aportes internacionais nesse período foi de 11,4 bilhões de dólares, apenas em operações de participação de capital, o que representa 53% dos investimentos diretos no país. Entre janeiro e abril, o Banco Central registrou um total de 21,5 bilhões de dólares em transações de participação no capital, incluindo não apenas o setor de infraestrutura, mas também a indústria e agronegócios, entre outros.

Apesar do avanço dos investimentos externos em infraestrutura no Brasil, os especialistas projetam uma retração nos próximos meses, por conta do agravamento da crise política e econômica. Eles atribuem essas projeções às indefinições no cenário institucional. “Momentos de indefinição deixam o Brasil em condição desfavorável para disputar recursos com outros países, ainda mais que a oferta de capitais é inferior à dos anos de 2011 e 2012”, afirma Luís Afonso Lima, diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização (Sobeet).

Mesmo assim, especialistas avaliam que os investimentos diretos no país destinados à infraestrutura têm a vantagem de adotar um horizonte de longo prazo, algo que favorece um mercado robusto como o brasileiro. Eles destacam que a agenda de privatizações adotadas recentemente já estabeleceu diretrizes para o setor, o que implica a definição de regras assimiladas pelos investidores internacionais.

Considerando apenas as operações de participação no capital – investimentos não especulativos – os recursos externos em infraestrutura foram puxados pelos setores de aeroportos, rodovias, saneamento, energia, telecomunicações e obras. A lista inclui desde as concessões de quatro aeroportos federais e a privatização da Companhia Elétrica de Goiás (Celg), até os leilões de transmissão de energia elétrica, duas concessões de rodovias no interior de São Paulo e a operação de aquisição da Odebrecht Ambiental pela canadense Brookfield.