Investimentos do DNIT devem priorizar manutenção rodoviária neste ano

Por Rodrigo Conceição Santos – 29.03.2016 –

Para o diretor geral do Departamento, Valter Casimiro, 2016 será pouco melhor que o ano anterior no que tange os investimentos em rodovias federais. No entanto, boa parte do aporte será em manutenção e os projetos de pavimentação e duplicação serão ainda menores do que em 2015.

BR 101 no Sul da Bahia (foto DNIT)
BR 101 no Sul da Bahia (foto DNIT)

Admitindo que 95% dos investimentos em infraestrutura de transporte é, e continuará sendo, pelo menos neste ano, em rodovias, o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, Valter Casemiro Silveira, apresenta números que preveem pequena melhora nos resultados dos investimentos públicos nos modais de transporte. Isso porque, diferente de 2015, o baixo investimento proposto pelo governo federal não está comprometido com endividamentos do ano anterior.

Em 2014, segundo ele, houve uma redução momentânea (não prevista) de quase 50% nos investimentos do DNIT. Ou seja, o repasse do governo federal saiu da faixa de R$ 12 bilhões anuais – como era praticado em 2012 e 2013 – para pouco mais de R$ 6 bilhões em 2014. Isso gerou um endividamento no DNIT de cerca de R$ 2,5 bilhões, a ser compensado durante todo o no ano seguinte e gerando, inclusive, atrasos nos pagamentos de fornecedores.

Em 2015 a solução foi limitar o volume de obras e focar em manutenção e pagamento da dívida remanescente. Resultado: baixíssimo progresso nos modais de transporte, com apenas 416 km de pavimentos e 181 km de duplicação, métodos que o DNIT classifica como construção.

Essas aplicações em construção representaram 45% dos investimentos do órgão público no período, ficando outros 35% para manutenção de vias. “Como tivemos um ano de pouca chuva, mesmo com esse orçamento apertado, conseguimos executar manutenção em 87% da malha rodoviária no Brasil, o que não é ideal, mas mostra o nosso comprometimento em manter o patrimônio público para que não cheguemos aos péssimos níveis de qualidade das estradas federais encontradas em 2002 e 2003, início da gestão do atual governo”, diz Valter Casimiro.

Foco na manutenção em 2016
Para este ano, o foco é ainda mais voltado para manutenção e o executivo avalia situação ligeiramente melhor que a do ano anterior, algo explicado pela queda no endividamento, que ficou quase zerada. “Teremos um orçamento de R$ 6,5 bilhões, sendo que R$ 2,5 bi será destinado a 150 km de pavimento e 220 km de duplicação e outros R$ 3,8 bi serão usados na manutenção de cerca de 80% da malha rodoviária federal”, detalha ele, lembrando que os R$ 200 milhões restantes devem ser aplicados em outros modais como o hidroviário e o ferroviário.

Valter Casimiro é enfático ao dizer que o DNIT não tem um problema orçamentário hoje, mas sim de aporte financeiro, e isso é definitivamente diferente das dificuldades vividas há três ou quatro anos, quando era difícil cumprir a meta de investimento na casa dos R$ 12 bilhões porque faltava capacidade de execução na engenharia nacional.