Pedro Al Shara – 09.11.2020 –
Analistas de mercado estimam que o impacto da Internet das Coisas na economia alcance de 4% a 11% do Produto Interno Bruto do planeta em 2025
Nos últimos anos, presenciamos o surgimento de uma revolução digital que vem se espalhando por diversos setores da economia, provocando uma profunda transformação na disponibilidade de serviços, nos negócios, nas formas de consumo. Nesse ritmo, esse cenário representa uma nova realidade que também já está presente no mercado de Energia.
O processo de digitalização do setor elétrico é responsável por contribuir com a solução de diversos desafios na geração, transmissão e distribuição de energia. Além de possibilitar um ganho de eficiência, a conectividade torna possível a coleta de informações fundamentais que poderão ser utilizadas na implementação de novos padrões operacionais. Nesse sentido, cada vez mais, os fabricantes do setor elétrico passaram a incorporar e a oferecer soluções digitais em seus portfólios, como digitalização, proteção e automação de subestações; Big Data Analytics; Cibersegurança e softwares para simulação e gerenciamento do sistema de energia.
Quando analisamos a aplicação dessas megatendências, ouvimos muitas referências à chamada Internet das Coisas (IoT), que está ganhando força e dando ainda mais corpo e velocidade nessa grande “onda” de Transformação Digital, contribuindo com inúmeras ações empreendedoras que entrelaçam o mundo físico e o digital. A consultoria Gartner prevê, por exemplo, que mais de 25 bilhões de dispositivos estarão conectados globalmente até 2021 a algum tipo de sistema inteligente. Outro estudo, da McKinsey Global Institute, estima que o impacto de IoT na economia alcance de 4% a 11% do Produto Interno Bruto do planeta em 2025.
Considerada o principal driver de transformação digital da atualidade, a IoT compreende a combinação de diferentes tecnologias (dispositivos e sensores, conectividade e mobilidade, computação em nuvem etc.), para solucionar desafios de diferentes setores da economia. Ela é uma extensão da Internet atual, que proporciona a qualquer objeto, com capacidade computacional de comunicação, se conectar à Internet. Por meio da conexão com a rede mundial é possível controlar remotamente os objetos e permitir que eles sejam acessados como provedores de serviços.
Por ser um dos mais digitalizados, o setor elétrico é também o ambiente mais propício para o desenvolvimento de aplicações desse novo conceito. Numa ocorrência simples, os religadores podem, por exemplo, se comunicarem entre si e isolar o trecho em que o problema está, e assim, restabelecer o fornecimento de energia para um número maior de clientes e em menor tempo possível. A IoT pode potencializar uma inteligência na operação, além de proporcionar análises em tempo real, integração de diversas tecnologias nas redes elétricas que resultam em maior eficiência, ganho operacional e mais liberdade aos consumidores.
Toda essa discussão sobre IoT serviu para ampliar o perfil das comunicações e sistemas de controle que impulsionam e analisam todos esses dados. Atualmente, eles são fundamentais para gerar melhorias na produtividade, na qualidade e na disponibilidade de sistemas. Por isso, é importante que as empresas analisem constantemente como protegem suas operações e processos contra um perigo eminente: as quedas de energia e outros distúrbios relacionados à rede elétrica. Nesse caso, instalações adequadas de nobreaks podem contribuir para o perfeito funcionamento dos equipamentos por tempo suficiente até o desligamento eficaz do sistema e coleta de dados essenciais ao negócio.
Em um ambiente de missão crítica, poderá ser possível determinar a causa da queda de energia, exatamente quando ela ocorreu, e preservar informações que permitirão uma retomada mais rápida da operação. É importante observar que um único nobreak pode fornecer energia de reserva para um grupo de sistemas e algum nível de infraestrutura de rede relacionado. A maioria das empresas não consegue justificar, em termos de custos, o investimento em nobreaks para todas suas máquinas, processos ou sistemas de negócios. No entanto, é preciso estar atento que à medida que a dependência da inteligência nestes sistemas aumenta, é preciso assegurar o controle do processo e o funcionamento da inteligência do sistema por tempo suficiente.
Estamos cercados de processos e dispositivos que podem beneficiar-se da energia de reserva de nobreaks, especialmente na era da Internet das Coisas, que nos permite estar com uma posição privilegiada para o desenvolvimento de novas soluções. No entanto, também precisamos mudar a postura e transformar essas oportunidades em ações – para a melhoria dos processos e serviços e para a criação efetiva de alternativas que irão suportar as exigências do futuro do setor de energia.
*Pedro Al Shara é CEO da TS Shara, fabricante nacional de nobreaks e estabilizadores de tensão.