JCB acirra concorrência no mercado de pás carregadeiras com três lançamentos

Rodrigo Conceição Santos – 06.08.2020 –

A inglesa JCB anunciou ontem o lançamento de três modelos de pás-carregadeiras, o que a deixa apta a concorrer por 88% desse mercado no Brasil. Em 2019, foram vendidas 3,6 mil máquinas desse tipo no país, segundo o Estudo de Mercado da Sobratema. Para 2020, as projeções ainda são incertas com o advento da pandemia, mas há indicativos positivos, como a própria JCB relatou em reportagem do InfraROI publicada em junho.

A visão otimista justifica as novidades, lançadas para compor um plano de aporte de R$ 100 milhões na fábrica da empresa em Sorocaba (SP) até 2022. “A JCB segue acreditando e investindo no mercado brasileiro e latino americano”, diz José Luis Gonçalves, presidente local da empresa.

Antes, ela oferecia ao mercado nacional apenas o modelo 422ZX, integrante da Classe A (Carga de Tombamento máxima de 7.199 kg). Esse nicho representa uma fatia de 32% das vendas de carregadeiras no país, segundo a JCB. Agora, a britânica passa a atender com os modelos 426ZX e 427ZX (Carga de Tombamento máxima de 8.499 kg) e com o modelo 437ZX (Carga de Tombamento máxima de 10.999 kg). Esses dois segmentos representam 42% e 14% do mercado brasileiro de pás carregadeiras, respectivamente.

“Ao longo dos últimos 10 anos, as pás carregadeiras tèm se tornado cada vez mais populares no mercado brasileiro, utilizadas nos setores de mineração, agroflorestal, construção civil, agronegócio, indústrias químicas (como na produção de fertilizantes), setor portuário e outros segmentos importantes da economia”, defende a fabricante.

Escavadeira florestal também é novidade
A JCB também lançou a Escavadeira Hidráulica Florestal JCB JS220F que, assim como as pás carregadeiras citadas, foi desenvolvida e é produzida pela equipe local da fabricante. O modelo foi testado por mais de 2 mil horas e pretende atender um segmento que a JCB classifica como “em plena expansão”.

“O mercado florestal brasileiro tem passado por avanços significativos em relação aos sistemas de colheita de madeira, inclusive substituindo moderadamente os sistemas manual e semimecanizado de colheita, por um modelo mecanizado”, diz Etelson Hauck, gerente de produtos da JCB. “Em um cenário florestal de tendência de mecanização das atividades de colheita, com a evolução do volume de colheita nos próximos quatro anos, considerando as expansões já anunciadas, esse crescimento deverá girar em torno de 10%”, completa.

A movimentação do mercado é confirmada por dados da Industria Brasileira de Árvores (IBÁ). Segundo a entidade, o país deve receber até 2023 um investimento de R$ 32,9 bilhões em projetos que visam o aumento dos plantios, ampliação de fábricas e novas unidades. Atualmente são 7,83 milhões de hectares de árvores plantadas (eucalipto, pinus e demais espécies) que abastecem mercados como o da celulose e papel, siderurgia e carvão vegetal e de painéis de madeira e pisos laminados. Somente em 2018, a indústria registrou um superávit

de US$ 11,4 bilhões, o que signfia avanço de 26% em relação ao ano anterior. “O cliente florestal é exigente e demanda alta produtividade, com uma necessidade de operar 24 horas nos sete dias da semana”, adianta Hauck. “Esse é um projeto específico para a colheita de toras curtas, que representa 66% do mercado. E como há predomínio de harvesters, em comparação com as demais máquinas, nossa escavadeira conta com uma preparação de fábrica para receber qualquer marca de cabeçote Harvester, com linhas hidráulicas de alto fluxo e conexões de engate rápido”, diz.

Segundo ele, a escavadeira da faixa de 22 toneladas ganhou mais de 50 aprimoramentos para realizar a colheita florestal, além de um tanque de combustível de 590 litros, linhas, filtros e radiador aprimorados. O pacote de iluminação também foi reforçado, com 11 lâmpadas full LED para atender com segurança a operação noturna, comum nesse segmento.

Outra novidade é o pacote de proteções em toda a máquina. A cabine foi reforçada com policarbonato balístico de 19 mm de espessura na frente e 9 mm no restante e a gaiola de aço que cobre a cabine garante altos níveis de proteção contra a queda de objetos.

Já o chassi inferior recebeu estrutura de proteção interna e externa ao longo dos roletes inferiores para eliminar o risco de desalinhamento, enquanto esteira recebeu sapatas de garras duplas de alta penetração com 600 mm para garantir melhor tração.