Lixeiras high tech fazem sucesso no mundo, mas em SP uma em cada 4 é destruída por ano

Da redação – 11.03.2016 –

No ano passado, 25% de 145 mil novas lixeiras foram depredadas na capital paulista. E fazem falta para coletar as cerca de 20 mil toneladas de resíduos geradas diariamente. Em alguns países, o cenário é outro.

A população brasileira está pedindo uma limpeza na política, mas uma parcela tem abusado do jogo sujo na maior cidade do país: das 145 mil novas lixeiras instaladas na cidade no ano passado, 36 mil foram depredadas. A informação é do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur). Nessa terça, a entidade lançou um relatório mostrando que 25% ou um em cada quatro dos recipientes que deveriam ser usados para o descarte de resíduos sólidos foram inutilizados em 2015.

Com uma população de quase 12 milhões de habitantes, a cidade de São Paulo gera, em média, 20 mil toneladas de lixo diariamente – entre lixo residencial, de saúde, restos de feiras, podas de árvores, ente outros. Só de resíduos sólidos urbanos, a capital produz 4,7 milhões de toneladas por ano, segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA).

De acordo com a pesquisa do Selur, as lixeiras que deveriam receber parte desses resíduos são quebradas em atos de vandalismo ou durante manifestações. Ou ainda por moradores de rua. Ariovaldo Caodaglio, presidente do sindicato, explica que o problema é uma questão de educação ambiental e que, portanto, exige mudanças de hábitos por parte da população. “Precisamos avançar para um conceito mais contemporâneo de que é responsabilidade de cada um não sujar as ruas nas quais transita e a cidade na qual vive”, finaliza.

Enquanto em São Paulo, o conceito republicano não chega às lixeiras, a tecnologia campeia fora do país. É o caso dos Estados Unidos, onde um projeto envolvendo a multinacional Volvo inclui drones que direcionam remotamente o manuseio dos depositários de lixo. A iniciativa envolveu alunos de três universidades e a empresa de coleta Renova. O drone – posicionado no teto dos caminhões de coleta – faz o rastreamento da área e ajuda o robô a localizar as lixeiras. Ao ser lançado no ar, ele funciona como um soldado batedor, identificando os recipientes.

O projeto, segundo a fabricante sueca, faz parte da internet das coisas, permitindo a comunicação entre máquinas inteligentes e mostra uma nova fronteira em termos de solução de transporte do futuro.

Do outro lado do mundo, em Leeds, na Inglaterra, 17 lixeiras inteligentes e compactas estão sendo energizadas com fonte solar. O objetivo é informar a cidade a respeito do volume dos recipientes, organizando a coleta racional de lixo somente quando for necessária. Fabricadas pela empresa Bigbelly, as lixeiras começaram a ser testadas há dois anos e têm capacidade para armazenar de 606 litros a 800 litros. Na avaliação da prefeitura de Leeds, a tecnologia permitiu uma redução de custos de coleta e no tempo dessa operação.

A cidade inglesa tem cerca de 440 lixeiras somente na região central, algumas das quais precisam ser esvaziadas em média duas vezes ao dia. Com a entrada das chamadas smart bins, a definição da rota de coleta poderá ser aprimorada.

As smart bins também fazem parte do cenário de Dubai, no Oriente Médio, onde a empresa Averda forneceu lixeiras inteligentes para coleta de lixo eletrônico. Nesse caso, os recipientes possuem sensores que se comunicam com o centro de operação da empresa via rede de telefonia móvel. Com capacidade para armazenar até 1 metro cúbico de materiais, as lixeiras foram ativadas entre 2014 e 2015 e recebem dispositivos descartados como celulares e tablets antigos. Itens considerados perigosos como lâmpadas e baterias não são aceitos.