Maio registra alta de vendas do cimento e puxa recuperação

Já o volume de vendas de cimento por dia útil registrou 244,1 mil toneladas, um aumento de 3,1% em comparação ao mês de abril

Por Redação

em 16 de Junho de 2025

As vendas de cimento voltaram a crescer em maio indicando uma recuperação após recuo em abril. Foram comercializadas 5,7 milhões de toneladas, uma alta de 6,5% em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No acumulado dos cinco primeiros meses do ano o crescimento foi de 4,6%.

Já o volume de vendas de cimento por dia útil registrou 244,1 mil toneladas, um aumento de 3,1% em comparação ao mês de abril e alta de 4,2 % ante o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano (jan-maio), em dias úteis, o desempenho registra uma evolução de 6%.

O SNIC ressalva que o desempenho se vale de uma base de vendas fraca no período de janeiro a maio de 2024, principalmente em maio quando o resultado foi impactado pelo desastre climático na região sul. Esse efeito estatístico favoreceu os percentuais de crescimento da atividade nos primeiros cinco meses de 2025. Por isso, as projeções deste ano apontam um desempenho mais modesto nos próximos meses.

Outro ponto positivo foi o coprocessamento, técnica pela qual os fornos das cimenteiras são alimentados com pneus usados e outros resíduos combustíveis. Foram 3,25 milhões de toneladas de resíduos coprocessados. A tecnologia evitou a emissão de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera em relação aos métodos mais tradicionais de produção.

O que puxou as vendas do cimento em maio

Os indutores do aquecimento de vendas continuam sendo o mercado de trabalho, com taxa de desemprego de 6,6% verificado até abril – o menor nível para o período desde o início da série histórica, em 2012 – o recorde de profissionais com carteira assinada e a queda na informalidade. Além disso, as obras imobiliárias seguiram em expansão, impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, que já representa 53% de todos os lançamentos no primeiro trimestre.

A confiança do consumidor subiu em maio, motivada pela melhora tanto da percepção atual quanto das expectativas para os próximos meses. Já a indústria registrou a maior alta do índice de confiança no ano. Apesar disso, nota-se aumento no nível dos estoques pelo segundo mês consecutivo, acendendo um alerta para os empresários.

Por outro lado, a política monetária do País, aliada com a expectativa geral de desaceleração da economia, pode refletir em um cenário difícil para a indústria no segundo semestre, segundo o SNIC. Além disso, dificuldades com o ambiente de negócios mantêm o índice de confiança da construção civil no terreno do pessimismo moderado.

O sindicato diz que isso já reflete nos financiamentos, que estão mais escassos, e tem feito com quem incorporadoras de médio padrão tenham problemas em honrar as dívidas. Nos quatro primeiros meses do ano, o volume de recursos da poupança direcionado pelos bancos para financiar a construção recuou 48,6% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).