Mercado de construção a seco com gesso cresce 15% ao ano

Da Redação – 22.08.2017 –

Consumo no Brasil, de 0,25 m² por habitante ao ano, ainda é baixo comparado com os 10 m² do mercado dos Estados Unidos

Quem assiste os programas de reforma de imóveis já deve ter ficado espantado como é fácil derrubar paredes nos Estados Unidos. A explicação? Tecnologias mais fáceis de construção, casos das paredes construídas com placas de gesso, um dos métodos conhecidos como drywall ou construção a seco. Aliás, o consumo de drywall por lá é 40 vezes maior do que o adotado no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Drywall. Apesar disso, o setor no país cresce contra a corrente.

Vamos aos números: enquanto a construção civil andou para trás e tem um PIB negativo de 7,6%, de acordo com o IBGE, o drywall com gesso incrementou seu mercado em 40% no biênio 2014/2015, com 70 milhões de m2, 20 milhões a mais do que a produção de 2013 e mais do que o dobro dos 33 milhões de m2 registrados em 2010. Outro indicativo do potencial de mercado é a maior presença de fábricas de Drywall no país.

Hoje, a entidade registra sete delas, sendo que somente em 2015 foram inauguradas três plantas. A última, da Gypsum – antiga Lafarge e hoje controlada pelo grupo multinacional belgo Etex – a maior fábrica de drywall da América do Sul, com capacidade de produzir 30 milhões de m² de chapas por ano. Nota: em função da forte presença de gipsita, o mineral de onde é extraído o gesso – no Nordeste, parte das unidades fabris estão nessa região.

Para vencer o gap de mercado, a Associação tem investido em informação, inclusive na “evangelização” dos corretores de imóveis. A ideia é difundir as vantagens do sistema construtivo e ampliar a sua penetração em diferentes segmentos. O programa voltado para corretores de imóveis já tem oito anos e contabiliza o treinamento de cerca de 12 mil corretores nesse período. Outro público ainda mais estratégico é o de arquitetos e, nesse caso, a cruzada da entidade já envolveu oito mil arquitetos em quatro anos, incluindo palestras em dez cidades brasileiras a cada ano.

Nos últimos anos, o crescimento médio do segmento de drywall tem sido de 15% ao ano, acima do registrado pela construção civil no mesmo período. Apesar disso, o país está na lanterna em termos de adoção do método construtivo. Fora os Estados Unidos – de longe o maior mercado – os australianos e franceses puxam a demanda, com respectivamente, 6,4 m²/habitante ano e 3,8 m²/habitante ano. Mesmo o Chile dá um baile no Brasil, consumindo praticamente cinco vezes mais.