Mercado de mini equipamentos mantém fôlego para crescimento de 30%

Automação e mecanização de pequenas e médias obras ainda abre espaço para modelos compactos e mini continuarem crescendo

Por Redação

em 6 de Junho de 2025

Em 2023, foram 3,3 mil equipamentos compactos e mini vendidos no mercado brasileiro, subindo para 4,3 mil no ano seguinte. Para 2025, a expectativa de Ademir Birello, gerente regional da Mason Equipment, é de que esse número ainda continue crescendo. O otimismo é reflexo da falta de tecnologia nos canteiros de obra espalhados pelo Brasil, que ainda dependem muito do trabalho humano, hoje cada vez mais escasso.

A Mason, que distribui as mini carregadeiras e miniescavadeiras da Bobcat, chegou a registrar vendas de mais de 600 máquinas em 2024. “Queremos passar das 700 este ano. É um mercado que cresce a 30% ao ano nos últimos três anos”, diz o executivo da dealer, que marcou presença no Brazil Equipo Show (BES) 2025, evento realizado em Jaguariúna (SP) esta semana.

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Um quarto dessas vendas vai direto para pequenas locadoras e prestadores de serviço. As máquinas são usadas para trabalhos que antes eram feitos por três ou quatro pessoas, por exemplo a escavação de uma piscina. O setor de saneamento também se interessa por elas, porque um equipamento compacto pode evitar interdição de ruas urbanas.

Competição de mini equipamentos é com a retro?

Um desafio para o mercado nacional é a competição dos modelos mini com as retroescavadeiras, um tipo de equipamento que sempre vendeu bem. Para Birello, é mais um problema de visão de mercado. “Lá fora, mini equipamentos já substituíram as retroescavadeiras e nós acreditamos que isso pode acontecer no Brasil a médio prazo.”

Um ponto forte é a versatilidade das mini carregadeiras com os implementos disponíveis no mercado. Mesmo que a retroescavadeira consiga fazer funções de escavadeira e carregadeira, uma mini carregadeira pode também ter maior versatilidade a depender do que está acoplado nela, desde uma simples caçamba até uma vassoura ou um garfo pallet. Isso amplia o escopo de uso, como reforça o gerente da Mason. Uma granja, por exemplo, pode ter um único equipamento para todos os serviços.

Quem também aposta nesta troca é a Avant, fabricante finlandês que está há apenas três anos no Brasil e que também participou da BES 2025. Segundo Mário Neves, gerente de Vendas da marca na América Latina, o mercado europeu comprou 4,3 mil retroescavadeiras em 2023, sendo que só a Avant vendeu cerca de 5 mil carregadeiras compactas no mesmo período.

Questão cultural é desafio

Aqui no Brasil a realidade é bem diferente. Ele diz que a companhia tem conseguido vender 150 máquinas por ano no País. “É pouco para onde a gente pensa em chegar, mas com a substituição do trabalho braçal, nós podemos chegar lá.”

Para ele, o maior desafio é cultural, pois o mercado de construção é muito conservador. Assim, a mudança de percepção do mercado se torna um desafio de longo prazo. “A solução é participar de eventos como a BES para sermos vistos, além de fazer busca ativa por clientes.”

O custo do equipamento não é o principal problema, avalia Neves. Mesmo quando um modelo é importado, ele diz que a máquina que se paga ao levar em conta o custo com mão de obra, tendo em vista que um operador pode fazer o trabalho de cerca de quatro pessoas com uma só máquina, e de forma mais rápida. Para ele, as mini máquinas são investimentos que se pagam rapidamente. “Cara é a máquina que não se paga”, encerra.