Switches Ethernet são peças-chave na conexão à web, segundo especialista

Moisés Montaño – 17.05.2021 – Segmento de dispositivos de alta velocidade teve forte crescimento em 2020, cerca de 40% acima do registrado no ano anterior nos modelos de 100 Gb

Apesar de o cenário de pandemia mundial ter impactado vários setores da economia, algumas áreas ganharam ainda mais relevância no cenário atual. Com a necessidade do isolamento social, a tecnologia passou a ser uma ferramenta essencial para manter empresas funcionando, bem como manter as pessoas em contato com familiares e amigos em tempos de distanciamento social. Conectividade, internet, redes sem fio, que já eram temas importantes, passaram a ser vitais com a explosão, por exemplo, do setor de videoconferências. Apenas o Zoom, que é uma das principais plataformas de videochamadas, saltou de 10 milhões de usuários para mais de 300 milhões em abril do ano passado.

Moises Montano - Ruckus, swithes Ethernet
Montaño: crescimento de IoT vai demandar ainda mais dos switches Ethernet

Já somos mais de 4,6 bilhões de pessoas conectadas à internet em todo o mundo (segundo dados de janeiro de 2021), seja para o trabalho, para o lazer ou para a educação. Com isso, o setor de infraestrutura de rede ganhou um papel vital no mundo moderno que se reflete também nos números. Na área de infraestrutura para internet, o crescimento do mercado de switches Ethernet (componente essencial para a conexão à web, tem tido forte crescimento quando o assunto é plataformas de alta velocidade. Segundo a consultoria IDC, as entregas de switches com portas 100 Gb em 2020 subiram 40%, em relação ao ano anterior, e modelos de switches de 25Gb/50Gb também apresentaram um forte crescimento, da ordem de 28,1% no mesmo período.

Evolução tecnológica
Com a evolução do Wi-Fi, os pontos de acesso exigem switches mais robustos e de maior velocidade. Haverá um crescimento iminente em termos de switches Ethernet de maior capacidade, impulsionados também pela forte expansão da Internet das Coisas (IoT). Dados da consultoria Statista apontam que o número de dispositivos de IoT deve triplicar de 2020 para 2030, atingindo 25,4 bilhões de equipamentos em todo o mundo.

Para atender a essa demanda crescente por conectividade, será cada vez mais intenso o uso de switches multigigabit.  Essa tecnologia faz com que os switches Ethernet trabalhem com portas que operam em velocidades acima de 1Gbps. Essa versatilidade permite atender às altas velocidades que a rede precisa alcançar para conectar access points da nova geração Wi-Fi 6, além de possibilitar a conexão com a próxima geração de conectividade proporcionada pelo Wi-Fi 6E.

O IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineer) tem desenvolvido o padrão para Ethernet de 200 e 400 Gbit/s, enquanto a Ethernet Alliance espera que as velocidades de 800 Gbit/s e 1,6 Tbit/s se tornem padrão provavelmente entre 2023 e 2025. Isso pode parecer um exagero, mas vale lembrar que já temos switches trabalhando com interfaces de 100 Gbit/s. Assim é uma evolução natural atingirmos esses novos patamares, e é sempre importante pensar na proteção do investimento para o futuro.

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A tecnologia de inteligência artificial (IA) já desempenha um papel essencial no gerenciamento desses equipamentos de rede.  Ferramentas oferecidas por grandes players do mercado fornecem soluções de inteligência artificial, permitindo que organizações com redes complexas melhorem de forma proativa a experiência de usuário. Essas ferramentas mesclam machine learning e computação na nuvem para acelerar a resolução de problemas, fornecendo visibilidade abrangente da rede e identificando automaticamente questões que afetam o serviço. Mas para que a IA trabalhe de forma eficiente, toda a rede precisa ser monitorada em back-end por analytics. Aqui entramos no conceito de big data, pois o grande volume de informação que circula nas redes de alto desempenho precisa ser analisado.

O que levar em conta na hora da aquisição
O que o departamento de TI de uma empresa deve questionar antes de adquirir novos switches?  Há vários aspectos a serem considerados e um verdadeiro “check list” a ser feito na hora da escolha. Partindo do ponto de que o switch funciona como o coração da rede, concentrando todo o tráfego de vários dispositivos, é importante considerar:

  • A trajetória e a história de inovação da marca selecionada.
  • Custo total de propriedade (TCO), não só o custo de aquisição, mas quanto a empresa vai gastar na operação e manutenção, que incluem aspectos importantes como o consumo de energia, o custo de contratos de suporte, os termos da garantia padrão e a facilidade de gerenciar e configurar os switches.
  • Custo de atualização – Se no futuro a empresa precisar de capacidade ou recursos adicionais, quanto custará? Ele oferece possibilidade de crescimento e suporta aumento na largura de banda do tráfego nos próximos anos?
  • Gerenciamento – Se forem necessários diferentes modelos de switch, todos serão gerenciados da mesma maneira, terão o mesmo sistema operacional e a mesma interface de linha de comando? Quais são as opções de gerenciamento de rede dos switches?
  • Existe uma solução de análise de dados (analytics) para reunir análise inteligente de tráfego e integridade da rede?
  • Preço-desempenho – O switch opera com oversubscription ou é non-blocking (ou seja, todas as portas funcionam na velocidade máxima simultaneamente sem impacto no desempenho)?
  • É compatível com Wi-Fi 6 com suporte a portas multigigabit?
  • Alimentação PoE – Quantas portas podem ter PoE ativa simultaneamente e qual o nível de potência?

Respondendo essas questões antes da aquisição do equipamento é possível proteger o investimento e evitar a necessidade de atualizações complexas. Uma solução de ponta prioriza a flexibilidade e permite migrações em fases, com as novas gerações de equipamentos sempre interoperando com as gerações anteriores.

* Moisés Montaño é diretor da área de produtos RUCKUS da CommScope nas regiões da América Latina e Caribe