Motores reaquecidos na Cummins

Por Nelson Valêncio – 14.08.2018 – 

Resultado do primeiro semestre da filial brasileira mostra recuperação de setores, incluindo o de linha amarela para construção. Incremento acontece também na área de geradores.

A filial brasileira da norte-americana Cummins fechou o primeiro semestre do ano com números positivos, incluindo um aumento de 60% na produção de motores em relação ao mesmo período de 2017. As estatísticas indicam a recuperação de mercados importantes, uma vez que estamos falando de motores que abastecem caminhões, ônibus, equipamentos de linha amarela para construção e mineração e mesmo para geradores de energia. No segmento de ônibus, por exemplo, o crescimento foi de 75%. No de construção, o incremento foi de 58%. Mas é preciso lembrar a retração recente da economia para efeito de comparação.

O resultado da Cummins pode ser avaliado também de outro modo. De cada três caminhões fabricados no país, um contém motor da marca. A maior penetração está  no segmento de médio porte (Mid Range), onde a participação de mercado estaria em torno de 67%. Na linha de veículos leves, os caminhões classificados como Light Duty, o market share é de 57%, enquanto nos de carga pesada (Heavy Duty) a participação seria de 11%. Os resultados, na avaliação do presidente da Cummins Brasil, Luís Pasqualotto, foram influenciados por novidades como o Ford Cargo Power e os veículos de entrega da Volskswagen.

Divisão de Energia aumenta vendas em 70%
No caso do Ford, a engenharia da empresa aprimorou a motorização do equipamento, com a revisão de vazão de ar e torque máximo. O resultado foi um motor de maior potência (300 hp) e economia, na avaliação de Pasqualotto. O crescimento dos caminhões de entrega da VW, incluindo o aumento das exportações, também pesou nos números do primeiro semestre de 2018. Na área de ônibus, o fato de equipar 100% dos veículos Agrale tanto no Brasil como na Argentina, é outro destaque.

A divisão de Energia da companhia também cravou resultados positivos, com incremento de 70% na receita e 67% em volume de comercialização. Em outras métricas, de cada dez geradores vendidos no país, quatro são Cummins. O fechamento do ano deve mostrar que 70% dos equipamentos fabricados devem ser absorvidos pelo mercado interno e o restante exportado.

Luis Pasquotto, da Cummins

Em termos de receita, a área de Energia representa 16% do faturamento, o menor das quatro áreas em que se divide a corporação em nível mundial. O primeiro deles, o de Motores, responde por 34% do bolo (foram US$ 20,4 bilhões em 2017), seguido pelas unidades de negócios de Distribuição (27%) e de Componentes (23%). Territorialmente, o mercado combinado dos Estados Unidos e Canadá entra com 58% das receitas. A China, sozinha, pesa com 10%, quase o mesmo volume da Europa e países da antiga União Soviética (11%). A América Latina representa, por sua vez, 6% do total.