O 5G é totalmente diferente do legado de 4G e 3G, mostra especialista europeu

Da Redação – 19.10.2016 –

jean-perre-bienaime-foto-de-divulgacaoPara quem imaginava que a quinta geração da internet é uma continuação do 3G ou 4G, Jean-Perre Bienaimé, secretário geral da associação europeia 5G PPP, mostra que não, definitivamente. Ele explica que, enquanto a internet móvel que temos hoje chega, no máximo, a 25 Mbps, a expectativa é que o 5G trabalhe com até 100 Gbps, viabilizando um range de serviços de dados e vídeos infinitamente maior e mais rápido. E isso exigirá, obviamente, investimentos pesados em infraestrutura de rede.

“O 5G precisa trazer uma verdadeira disrupção. Ele não pode ser uma mera continuação do 4G. Isso significa, entre outras coisas, prover capacidade de transmissão sem fio até mil vezes superior ao que tínhamos em 2010”, diz Bienaimé. A nova tecnologia deve levar em consideração também a demanda mundial por economia energética, algo que pode ser até 90% menos custosa do que a energia consumida pelos provedores de internet atualmente.

Com um ambiente totalmente digital, as operadoras também devem buscar reduzir o tempo médio de criação de serviços de 90 horas para 90 minutos, além de prover broadcast em alta velocidade, suportar as aplicações de internet das coisas para comunicação máquina-máquina, trabalhos na nuvem, etc., defende ele.

Para que isso ocorra, as redes deverão ser transformadas em verdadeiras plataformas inteligentes e orquestradas. Isso permitirá, entre outras coisas, ter ofertas segmentadas para diferentes verticais. “E dependendo da aplicação, haverá mais ou menos requerimentos de cobertura, latência, acuracidade, densidade por número de aparelhos, etc.”, diz Jean-Perre Bienaimé.

O 5G precisará contribuir para a digitalização de meios tradicionais também, segundo ele. E isso passa necessariamente por integrar comunicação e computação, além de suportar o desenvolvimento nativo de softwares.

Passo mundial
Assim como a maioria do mercado, Jean-Perre Bienaimé acredita na implementação efetiva do 5G em 2020, mas ele diz que os trabalhos nesse sentido acontecem mundialmente já há alguns anos.

Na Europa, onde ele conversa com um universo de operadoras e fornecedores cujos investimentos em pesquisa e desenvolvimento do 5G ultrapassa 700 milhões de Euros anualmente, os operadores estão começando a pedir com mais veemência a aplicação de testes concretos da tecnologia, o que, segundo ele, harmoniza com o espírito de implementação do 5G em outros locais do mundo. “E isso pode ser verificado pelos trabalhos de organizações em vários locais, como a IMT 2020 na China, o 5GMIF no Japão, o 5G Fórum na Coreia do Sul e o 5G Américas nos Estados Unidos”, finaliza.