Ociosidade alta coloca em xeque retomada dos investimentos na indústria de máquinas e equipamentos, mostra Abimaq

Da Redação – 29.06.2016 –

Com a queda do dólar para menos de R$ 3,50, entidade também já questiona possibilidade de manter o bom volume de exportação dos últimos meses.

Os indicadores conjunturais de maio da indústria de bens de capital mecânicos no Brasil, divulgados ontem (29) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), mostram que a alta taxa de ociosidade nas indústrias inviabiliza a retomada de investimentos no curto prazo. Hoje, as fabricantes de equipamentos mecânicos estariam trabalhando com 66% da sua capacidade produtiva, algo bastante inferior ao pico de 82% registrado em 2010 e também abaixo dos 68,6% de 2015.

Ponderando que o consumo aparente do setor se manteve estável quando se compara maio e abril deste ano, a Abimaq é enfática ao defender que essa estabilidade não representa grandes avanços, pois o consumo está bem abaixo (mais de 32%) do volume registrado no ano anterior.

Os resultados positivos das exportações – que com a alta do dólar cresceram nos últimos meses, reduzindo a diferença do que se importa e o que se exporta pela indústria mecânica brasileira (balança comercial) – agora viram motivos de dúvidas para o setor. Segundo a Abimaq, já não é possível prever os mesmos resultados positivos com o dólar valendo menos de R$ 3,50, como tem se apresentado nos últimos dias.

Assim como a queda no consumo aparente, a receita líquida das fabricantes de máquinas e equipamentos também caiu drasticamente nos cinco primeiros meses de 2016, em comparação ao ano passado. Ao todo, a queda foi de 30,7%, chegando a R$ 27,1 bilhões. “Se avaliar somente o consumo interno, a queda é ainda maior: 46,6%)”, informa a Abimaq.

Já o número de pessoas empregadas vem se mantendo estável desde dezembro do ano passado. Porém, quando comparado jan-mai de 2016 versus o mesmo período de 2015, a queda foi de quase 10%, representando a perda de 35 mil postos de trabalho.