Odebrecht e Andrade podem quebrar em 2018?

Redação – 27.03.2017 – 

Reportagens no final de semana mostram situação perigosa de duas das grandes empreiteiras envolvidas na Lava Jato

Não é nada fácil a situação das grandes empresas enredadas na operação de Curitiba. Pelo menos é o que se depreende da reportagem de capa do UOL de ontem. “Falta de acordo com o governo complica a situação da Odebrecht”, dizia o portal. A companhia tinha fechado o acordo de leniência em dezembro do ano passado e havia o compromisso do Ministério Público Federal de fazer gestões junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Controladoria Geral da União (CGU) e à Advocacia Geral da União (AGU) para que a construtora pudesse retomar as atividades paralisadas e participar de outros processos.

Os acordos avançaram no TCU, mas andam a passos lentos na CGU e na AGU. A reportagem do UOL fala, inclusive, em uma provável retaliação do governo federal. Mais perigosa ainda é a possibilidade de o atraso nas negociações servir de senha para outras empresas em casos similares, ou seja, a que de não vale a pena participar de delação premiada do gênero, pois os acordos de leniência vão demorar, com consequências desastrosas.

A Andrade Gutierrez é outro exemplo do não avanço dos acordos de leniência. Segundo seu atual presidente Ricardo Sena, a companhia já teria pago R$ 300 milhões do acordo firmado, mas não saiu da lista negra da Petrobras e não teve liberações no BNDES, incluindo projetos no exterior. De acordo com Sena, se a empresa pode fechar em 2018 se não houver mudanças no cenário atual. E, destaque-se, que a avaliação do executivo parte de um balanço onde a Andrade Gutierrez seria a única entre as grandes do segmento que tem mais ativos do que passivos em sua conta.

Sobre a operação Lava Jato, ele é claro: “sou absolutamente favorável a esse processo de evolução. Sou brasileiro. Mas passou do ponto. Virou um negócio que a Lava Jato virou fim. O Brasil vive da Lava Jato. É a única coisa que se vê”, disse. Nota: Ricardo Sena não está envolvido e nem citado em nenhum processo da operação.