Países do Hemisfério Sul concentram investimentos em infra

Da redação – 07.10.2016 –

Informação faz parte de relatório internacional divulgado nessa semana. Setores de energia e transportes puxam a fila, segundo documento, que destaca ainda a pressão por sustentabilidade nos novos projetos.

Lançado ontem pela Comissão Mundial sobre Economia e Clima, o relatório O Imperativo da Infraestrutura Sustentável: Financiamento para um Melhor Crescimento e Desenvolvimento mostra que dois terços dos investimentos em infraestrutura do mundo estão concentrados no Hemisfério Sul. Como a pressão pelo desenvolvimento de projetos sustentáveis deve aumentar, a Comissão indicou as principais barreiras que podem atravancar as iniciativas. A meta é desbloquear os capitais, principalmente nas áreas de energia e transportes.

Segundo o estudo, serão necessários cerca de US$ 90 trilhões em investimentos em infraestrutura ao longo dos próximos 15 anos. O montante seria mais do que está previsto atualmente, mesmo considerando o atual modelo de desenvolvimento. “A boa notícia é que não será necessário muito mais para garantir que esta infraestrutura proporcione uma economia de baixo carbono consistente com as metas climáticas acordados em Paris”, detalha o relatório. Segundo o documento, a “economia gerada em combustível e outros itens acaba compensando quaisquer investimentos adicionais”.

Ainda de acordo com o estudo, um único projeto de infraestrutura pode exigir a participação de dezenas de instituições financeiras, todas com suas próprias exigências, e levar mais de uma década para ser concluído. O custo de preparação do projeto é substancial, tipicamente 2,5-5% do investimento total. E a relação risco-retorno para a infraestrutura sustentável é muitas vezes demasiada elevada para atrair capitais privados.

“Investir em infra-estrutura sustentável é essencial para resolver todos os problemas mais urgentes do mundo”, declarou Felipe Calderón, que atualmente preside a Comissão Global. “É fundamental para reaquecer o crescimento global. É a chave para reduzir a pobreza. E é fundamental para o cumprimento do Acordo de Paris. A infraestrutura pode ser o pilar sobre o qual podemos construir uma economia sustentável. Tudo depende se vamos adequar o financiamento para que o capital migre no sentido do baixo carbono.”