Paraná cria energia limpa com dejetos de porcos

Da Redação – 14.12.2015

Projeto acontece na cidade de Entre Rios do Oeste e envolve a Copel e o CIBiogás, empresa parceira da Itaipu Binacional. Potencial gerado será usado em edificações e iluminação pública.

Renovável e – ironicamente limpa – a energia gerada a partir de dejetos da suinocultura e da criação de aves vai ser utilizada na cidade de Entre Rios do Oeste no Paraná.  O projeto envolve um convênio entre a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás). O acordo prevê investimentos de R$ 17 milhões na primeira fase, que deverá ser iniciada em janeiro de 2016.

O escopo do projeto envolve dezenove propriedades rurais que serão dotadas de biodigestores para armazenar os dejetos. Por meio do processo de biogestão será produzido o biogás, o qual deve ser canalizado – via um sistema de 22 km de gasodutos – para uma central termelétrica com potência instalada de 480 kilowatts (kW).

O sistema é semelhante ao já empregado pela Itaipu, CIBiogás e outros parceiros em um projeto que une 34 produtores da microbacia do rio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon. O que muda é a escala de produção: enquanto em Rondon a produção diária é de 800 metros cúbicos de gás, em Entre Rios ela será de 5 mil metros cúbicos iniciais, com capacidade para chegar a até 17 mil metros cúbicos.

Já os 480 kW da primeira etapa serão suficientes para suprir toda a demanda da prefeitura, abrangendo edificações públicas (como escolas, postos de saúde e repartições), iluminação pública e outros serviços que demandam energia, como poços artesianos. Os produtores rurais serão remunerados proporcionalmente à energia gerada. Com uma população de 4 mil pessoas e um plantel de aproximadamente 130 mil suínos, Entre Rios está transformando um enorme passivo ambiental em fator de desenvolvimento.

Localizado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), o CIBiogás é uma instituição científica, tecnológica e de inovação, em forma de pessoa jurídica de direito privado, constituído como associação sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira e regida por um estatuto. É formado por 17 instituições que desenvolvem e apoiam projetos relacionados às energias renováveis – entre elas, a Itaipu Binacional.