Paraná testa sistema de pedágio Free Flow

No Paraná, o teste ocorre no quilômetro 138 da BR-277, em São Luiz do Purunã

Por Redação

em 21 de Março de 2025

O Paraná deu início à fase de testes do sistema Free Flow, modelo de pedágio que permite a cobrança automática sem a necessidade de praças. A tecnologia, já adotada em cinco estados brasileiros, pode ter sua presença ampliada no estado nos próximos anos. No Paraná, o teste ocorre no quilômetro 138 da BR-277, em São Luiz do Purunã.

Atualmente, o Rio Grande do Sul lidera a implementação do sistema, com seis pórticos em operação. São Paulo e Rio de Janeiro possuem três cada, mas o estado paulista projeta a instalação de 58 até 2030. Minas Gerais conta com um único pórtico (foto acima).

Embora o sistema ainda esteja em fase experimental, novas pesquisas são necessárias antes da expansão definitiva. Após os estudos técnicos que definirão os pontos estratégicos para instalação dos pórticos, o governo realizará audiências públicas para garantir a participação da população no processo.

Quais as vantagens do pedágio Free Flow no Paraná?

Para Silvio Kasnodzei, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), o Free Flow permite que os condutores viagem sem paradas, evita congestionamentos, reduz o consumo de combustível e minimiza a emissão de gases poluentes. “Além disso, as concessões preveem a manutenção contínua das vias e a ampliação dos serviços de apoio”, afirma.

Para Kasnodzei, o setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) será um dos maiores beneficiados com a adoção do Free Flow. “A fluidez no trânsito resulta em entregas mais ágeis, menor desgaste de freios e pneus e, consequentemente, redução de custos operacionais”, destaca.

“Teremos ganhos em vários aspectos: o fim das filas nas praças de pedágio, menor impacto ambiental nos locais de instalação, mais segurança para os motoristas e redução no número de acidentes causados pelas paradas obrigatórias”, diz o presidente do SETCEPAR.

Concessões devem se preparar

Amadeu Clóvis Greca, membro suplente do Conselho Fiscal do SETCEPAR, ressalta que a escolha dos locais para instalação dos pórticos depende de estudos estratégicos de tráfego. “A zona urbana contínua, por exemplo, deve ser evitada para que a cobrança da tarifa não penalize veículos em trânsito local. O modelo precisa garantir justiça tarifária, diferenciando os valores conforme a extensão percorrida na rodovia”, explica.

Greca também enfatiza que as novas concessões devem contemplar melhorias na infraestrutura e ampliação da capacidade das rodovias onde os pórticos serão instalados. Segundo ele, os contratos incluem o Programa de Exploração Rodoviária (PER), documento que detalha todas as obras previstas ao longo da concessão, com prazos definidos para execução.