Pesquisadores iniciam dessalinização por choque elétrico

Tecnologia é diferente da electro diálise tradicional, mas ainda está em fase inicial de pesquisa e precisa de desenvolvimentos para aplicação em larga escala.

Da Redação (com informações do MIT) – 16.11.2015 –

No final da última semana, a central de notícias do Messachusetts Insitute of Technology (MIT) publicou uma reportagem de autoria de David L. Chandler sobre um novo sistema de dessalinização que pode revolucionar e, quem sabe, escalonar essa técnica. Trata-se da separação do sal da água potável por meio de choque elétrico.

Esse sistema utiliza uma onda de choque elétrico dentro de uma corrente fluente e empurra o sal para um lado e a água potável para outro, permitindo uma separação mais fácil para os processos de dessalinização.

O sistema é descrito pelo professor de engenharia química e matemática Martin Bazant, desenvolvedor da pesquisa junto a graduandos de seu curso na central de Iniciativas para Energia do MIT. “É um sistema fundamentalmente novo e diferente”, diz ele. “Pois, ao contrário da maioria das outras tecnologias de dessalinização ou purificação de água, ele não usa membranas para barreiras seletivas”, completa.

O especialista ainda diferencia o novo sistema da eletro diálise convencional, a qual bloqueia os maiores átomos de cloreto de sódio e outras impurezas durante a passagem da água. No novo processo, segundo ele, há um choque de eletro diálise, fazendo com que a água flua através de um material poroso, feito de minúsculas partículas de vidro. Assim, quando uma corrente elétrica flui através do sistema, a água salgada se divide em regiões onde há concentração de sal. Em seguida, uma nova corrente elétrica, mais forte, é aplicada nos pontos com maior concentração de cloreto de sódio, dividindo acentuadamente os fluxos e permitindo que as regiões doce e salgada sejam separadas por uma barreira física simples, no meio do fluxo do processo.

A tecnologia foi demonstrada em laboratório e por meio de análise teórica, mas, para a aplicação em larga escala, ainda será preciso novos desenvolvimentos e o próximo passo, segundo Bazant, seria desenhar uma forma de aplicá-la em larga escala. Portanto, pelo menos por enquanto, essa não é uma tecnologia que possa concorrer com as já existentes, como osmose reversa, mas não deixa de ser uma esperança para aplicações futuras, quando os problemas hídricos ao redor do mundo tentem a se agravar.