Por que a CPFL teve lucro de 90% no terceiro trimestre?

Da Redação – 13.11.2017 –

Estamos falando da divisão Renováveis, cujo lucro líquido no período foi de R$ 95 milhões. Percentualmente, o aumento acima acontece em relação ao mesmo período do ano passado

Enquanto boa parte do Brasil continua anestesiada pela crise política, econômica, de valores, de inteligência, etc, a CPFL Renováveis fatura e lucra mais. O que explica o movimento positivo? Segundo a companhia, que acabou de divulgar os resultados do terceiro trimestre desse ano, os números acontecem em função da combinação de três fatores: a entrada em operação de novas capacidades, o impacto positivo do leilão de energia nova (MCSD) e a diminuição da alavancagem. Comparativamente ao terceiro trimestre de 2016, o braço da empresa para energias alternativas, aumentou seu lucro líquido em 89%.

Os bastidores do resultado incluem a entrada em operação gradual (de maio a dezembro de 2016) dos complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito, que somam 231 MW de capacidade instalada, e do Complexo Pedra Cheirosa (48,3 MW), que iniciou a operação em junho, quase um ano antes da data prevista em contrato. A empresa também pode redirecionar o fornecimento de energia do mercado regulado – contratado em leilão – para o mercado livre. Essa descontratação está prevista no regulamento e representou o redirecionamento de 91,2 MW de dois complexos de geração eólico da empresa.

Em termos operacionais, a geração de energia no trimestre foi de 2.052 GWh, aumento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2016. O crescimento deve-se à maior geração de energia dos parques eólicos, que representou alta de 15%, ante o terceiro trimestre do ano passado, aliada à entrada de novas capacidades e à maior incidência de ventos no Rio Grande do Sul nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a CPFL Renováveis gerou 4.875,3 GWh de energia, aumento de 4,1% ante 2016 (+190,4 GWh).13

Os números de investimento indicam que a empresa aplicou R$ 51,5 milhões na conclusão das obras do Complexo Eólico Pedra Cheirosa (48,3 MW), em Aracati (CE), que entrou em operação em junho, e na construção da Pequena Central Hidrelétrica Boa Vista 2 (29,9 MW), em Varginha (MG), que teve as obras iniciadas em fevereiro. No acumulado do ano, a companhia totalizou R$ 446 milhões em investimentos.

Pra finalizar, a engenharia financeira igualmente pesou: a CPFL Renováveis realizou a liquidação da primeira debênture de infraestrutura da companhia, no valor de R$ 250 milhões e a alavancagem encerrou em 4,4 vezes dívida líquida/Ebitda.