Pressão sobre as operadoras é grande, adverte McKinsey

Da redação – 18.04.2016 – 

Artigo publicado no começo desse mês mostra que relógios, óculos e até sapatos poderão ser um ponto de conexão com usuários. As operadoras estão preparadas para isso?

Assim como os especialistas da Amdocs, os consultores da McKinsey acompanham com atenção o desafio enfrentado pelas operadoras de telecomunicações. Os negócios de voz e mensagens continuam a cair e as novas mídias – caso do WhattApp ocupam o espaço das empresas tradicionais, muitas vezes usando a rede física que essas últimas detêm.

As ameaças foram delineadas por dois levantamentos realizados com 254 executivos globais que participaram de dois eventos ano passado, um em São Paulo e outro em Londres. Juntos, os profissionais ouvidos representam empresas que respondem por mais de um terço das receitas globais nas áreas de telecomunicações, mídia e tecnologia. E o recado continua forte: disrupção à vista.

Segundo a pesquisa, os novos pontos de interação criados diariamente pela internet das coisas (IoT), assim como os novos modelos de negócios over the top (OTT), como o da Netflix, tomam o espaço das operadoras como intermediários no relacionamento com o usuário final. Para 92% dos pesquisados, os OTTs farão parte do mainstream em 2018. Os smartphones devem se tornar uma commodity também por essa data. Os relógios são apontados por 82% como um futuro ponto de conexão daqui a dois anos.

E, quem diria, nem mesmo um sapato comum escapa do processo. Para 46% dos executivos ouvidos, a indústria vai desenvolver sapatos high tech, que podem enviar dados do usuário para algum tipo de armazenador, abastecendo mais um silo de Big Data, nesse caso possivelmente sobre saúde. E isso até 2018.

Para as operadoras, um dos caminhos é partir pra cima dos entrantes. E uma das soluções seria a oferta de pacotes digitais, além dos produtos comuns de telecomunicações. As opções incluem compartilhar receitas de serviços financeiros ou de anúncios digitais ou ainda desenvolver ofertas focadas em redes para suportar a internet das coisas (IoT). O ataque, nesse caso, seria a melhor defesa.

O texto acima foi escrito com base no artigo The digital pressures weighing on telecoms, de Jacques Bughin, da Mckinsey de Bruxelas.