Saneamento high tech avança no Brasil

Da redação – 19.08.2016 –

Novos recursos, incluindo análises online e dosadores inteligentes, avançam no segmento. O gerenciamento integrado de vários parâmetros também é a aposta de vários fabricantes que participaram da Fenasan, encerrada ontem.

Apesar de muitas vezes ser apontado como o patinho feio da infraestrutura, o setor de saneamento ganha cada vez mais inteligência. Alguns exemplos de inovações, mostradas durante a edição da Feira Nacional de Saneamento e Meio-Ambiente (Fenasan), encerrada ontem, comprovam isso. É o caso da Xylem, que chama para si o lançamento do primeiro sistema mundial de bombeamento de esgoto com inteligência integrada, que “combina a eficiência de um motor IE4, hidráulica-N, eletrônica de potência integrada e controles inteligentes que trabalham em harmonia entre si”.

Na prática, o sistema tem funções integradas de limpeza de tubulações e poço, o que proporcionaria um bombeamento sem entupimento, poços limpos e economia de até 80% em comparação com a limpeza a vácuo. Outro destaque seria o design compacto, com redução do gabinete em até 50% em comparação aos modelos convencionais.

download (10)Testes de campo realizados pela Xylem mostram que a tecnologia traria uma economia de energia de até 70% em comparação com um sistema de bombeamento convencional e a redução do estoque de até 80% devido a um desempenho flexível. O sistema pode ser adaptado para atender diferentes condições, sem alterar o tamanho do impulsor ou motor. “Esta versatilidade elimina a necessidade dos gerentes das plantas de tratamento de manter um grande inventário”, destaca a companhia.

A inteligência integrada também faz parte dos hidrômetros da Elster, empresa do grupo Honeywell. Como podem se comunicar via rede com os controladores, eles passam a se integrar a outros sistemas, incluindo os de iluminação, ar condicionado, controle de incêndio e de circuito fechado de TV. Ou seja, em caso de emergência, os hidrômetros podem ser inteligentemente gerenciados para otimizar o combate ao problema. Outra funcionalidade dos dispositivos é permitir o rateio de consumo de água e de energia.

O gerenciamento correto também acontece no uso de reagentes. A Grundfos, por exemplo, trouxe seu Skid de bombas dosadoras e o DID, um sistema de medição e controle de cloro. Outra inovação é o painel para controle automático de bombas submersíveis e não submersíveis em elevatórias de água e esgoto, no qual o controle se dá pelo nível de um reservatório. O recurso admite a utilização, inclusive, com bombas de outros fabricantes.

Como a combinação de energia e saneamento pode ser complicada, a Grundfos também ataca essa frente, na área de serviços. Isso acontece via as soluções Energy Check e Pump Audit. Com elas, a companhia realiza análises e aponta possíveis economias de energia em todos os sistemas de bombeamento de saneamento. De acordo com a companhia, já foram alcançadas economias de até 80% em casos reais de aplicação.

Também operando no controle inteligente, a Aquamec aposta no monitoramento e automação do uso de ácido peracético no tratamento de água e esgoto. A tecnologia é bastante aplicada na Europa e Estados Unidos em contraponto ao uso do cloro. “A utilização de cloro para desinfecção da água é muito comum no Brasil, mas estudos internacionais realizados pela United States Environmental Protection Agency, investigam a relação entre a exposição aos subprodutos da desinfecção e o câncer desde 1974”, informa a Aquamec.

O sistema foi desenvolvido e licenciado pela Vodaflo e é automatizado, incluindo análises online, cujos relatórios ficam armazenados em nuvem e podem ser acessados de qualquer lugar, pelo computador ou por um celular. De acordo com a Aquamec, a tecnologia reduz em até 70% a taxa de dosagem do produto, otimizando a purificação da água, e sem agredir o meio ambiente. O ácido peracético também não geraria nenhum tipo de subprodutos da desinfecção e seu uso seria 10% mais econômico do que a cloração.

As análises online de água igualmente estão no foco da Burkert, com o lançamento de um dispositivo compacto e modular, que armazena os parâmetros de medição antes que a água entre na rede de abastecimento. A tecnologia é voltada para empresas que projetam e operam plantas de tratamento de água potável e pode agir automaticamente em caso de índices inadequados. Segundo a Burkert, o sistema pode interferir diretamente no tratamento (desde que programado) ou enviar mensagens aos gestores, avisando dos erros.

A base tecnológica do analisador inclui sensores que avaliam, na versão básica, cinco parâmetros de medição estabelecidos: pH, potencial de redução (ORP), condutividade, cloro livre e turbidez. O gerenciamento pode ser feito em campo diretamente pelos técnicos usando a tela de toque.