São Paulo, BH e Botucatu adotam software para monitorar saúde das árvores

Da Redação – 02.08.2017 –

E o que isso tem a ver com infraestrutura? Tudo. Basta pensar o custo de uma árvore caída em pleno horário de pico em grandes cidades

O Brasil começa a adotar tecnologias já usadas em países como Estados Unidos e Espanha para monitorar a saúde das árvores. Além da interrupção de vias, elas podem causar quedas no fornecimento de energia, entre outros problemas urbanos. A boa notícia é que o problema pode ser reduzido com o monitoramento via software da saúde da flora das cidades, segundo reportagem da revista Pesquisa, da Fapesp. Um dos programas mais avançados é o Arbio, criado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para gerenciar principalmente as árvores localizadas no sistema viário e em praças.

O software tem capacidade para conter as informações individualizadas de cada árvore, como localização, identificação botânica (nome científico e popular), condições de entorno, abrangendo as vias de tráfego, tipo de imóvel associado, condições da calçada, canteiro, interferências dos fios de eletricidade e telefonia na copa, situação do tronco e das raízes, dendrometria (medição da massa lenhosa) e existência de doenças ou infestação de cupins.

Outras iniciativas incluem a Digicade, de Belo Horizonte, que criou, em parceria com o Google, o sistema Geosite, que também facilita o monitoramento de árvores urbanas. “Trata-se de um sistema integrado a informações geográficas, que torna mais eficiente a gestão, em uma só ferramenta, de operações de inspeção, poda e manejo de árvores em cidades”, afirma João Carlos Tavares da Silva, coordenador de Desenvolvimento da empresa. Já a CAA Tecnologia da Informação, de Botucatu (SP), está finalizando um software semelhante ao Arbio e ao Geosite, em termos de funcionalidades e objetivos. A coleta dos dados para alimentar os softwares pode ser realizada por técnicos treinados usando smartphones.

Fora do Brasil já existe o Arbomapweb, criado na Espanha pela empresa Tecnigral, utilizado em cidades como Madri e Córdoba. Ele integra ações georreferenciadas de inventário, gestão e incidentes, fazendo planejamento, geração e acompanhamento da floresta urbana. Nos Estados Unidos surgiu o OpenTreeMap, um sistema de acesso via internet com o qual é possível criar projetos de arborização urbana, pagando US$ 164 ao mês. Ele foi desenvolvido por um pool de empresas, com recursos do fundo de apoio para pesquisa e inovação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).

Em Nova York, de acordo com a revista Pesquisa, o sistema de monitoramento da floresta urbana é o New York City Street Tree Map. O programa permite um mapeamento árvore por árvore e possui um mecanismo de produzir um cálculo dos benefícios para a cidade: o software estima o valor financeiro que cada planta dá de retorno à sociedade por meio de indicadores como, por exemplo, interceptação de água das chuvas, remoção de poluentes do ar e redução de CO2 e outros poluentes.

Clique aqui e veja a entrevista completa no site da Fapesp a respeito do uso de softwares para gerenciamento de saúde das árvores urbanas.