Setor de equipamentos confirma recuperação e cresce 31%

Foto da linha de produção das retroescavadeiras série F2 em Campo Largo (PR) – Crédito Rodrigo Conceição Santos

Rodrigo Conceição Santos – 29.11.2019 –

A Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) divulgou ontem o estudo de mercado prevendo que o setor de equipamentos da linha amarela deve crescer 31% neste ano. Se confirmada a projeção, o mercado deve consumir 16,6 mil equipamentos, contra 12,6 mil do ano passado. O resultado surpreendeu positivamente a própria Sobratema, que previa um mercado semelhante ao de 2018.

São considerados equipamentos da linha amarela os tratores de esteiras, retroescavadeiras, pás carregadeiras, mini escavadeiras, escavadeiras, caminhões fora de estrada, rolos compactadores, motoniveladoras e mini carregadeiras. Incluindo outros equipamentos como tratores de pneus e caminhões rodoviários aplicados na construção civil, o volume de vendas deve chegar a 26,4 mil unidades, o que representa crescimento ainda maior, de 37%. “É um avanço importante, mas não podemos deixar de lembrar que em 2014, recorde histórico do mercado, foram 70 mil equipamentos comercializados, sendo 30 mil só da linha amarela”, diz Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.

Pelo lado positivo, ele pondera, os fabricantes de equipamentos estão vendendo em 2019 o dobro do que foi vendido em 2017. “E, dos 16,6 mil equipamentos da linha amarela que devem ser vendidos neste ano, mais de 13 mil são de fabricação nacional, mostrando que a indústria local pode se fortalecer”, avalia Daniel.

Modelos de destaque
Avaliando classes de equipamentos isoladamente, alguns tipos como autobetoneiras, telehandlers e plataformas aéreas de trabalho tiveram crescimento mais acentuado. Neste ano devem ser vendidas, por exemplo, 470 autobetoneiras, contra 175 mapeadas no ano passado.

Os caminhões rodoviários emplacados devem chegar a 6,5 mil unidades, ante 4,6 mil em 2018. Já as vendas de plataformas aéreas de trabalho chegaram perto de 2 mil unidades, crescendo 75%. Destoa o setor de guindastes, cujas 4 unidades vendidas são muito menos do que as 32 de 2018.

O Estudo da Sobratema é uma sondagem feita entre os vendedores de equipamentos e seus consumidores. Ou seja, ela escuta fabricantes e dealers como fornecedores. As construtoras e locadoras são as compradoras e, ente elas, a expectativa para os próximos anos é alta e ancorada no dado de que 45% aumentaram a frota neste ano. Nessa mesma pesquisa, no ano passado, 58% disseram que a frota diminuiu em relação a 2017.

Isso reflete também na mão de obra, pois 61% dos compradores de equipamentos disseram que contrataram em 2019. No ano anterior foi quase o inverso: 57% demitiram.

Nesse aspecto do levantamento foram ouvidos 39 empresas, sendo 17 construtoras, 12 locadoras e 10 dealers de equipamentos. Os dealers, apesar da baixa quantidade, representam mais de 50% do setor, segundo a Sobratema.

Menor frota parada e expectativa positiva
Outro aspecto positivo apontado pela pesquisa da Sobratema é a redução da frota ociosa. Hoje, as empresas entrevistadas relataram uma média de 28% de equipamentos parados em pátio. A porcentagem é razoável, já que historicamente é recomendado que as empresas mantenham um volume de equipamentos disponíveis para atender clientes de imediato. Para nível de comparação, em 2017 e 2018 esse mesmo estudo apontou a média de 50% e 40% de frota ociosa, respectivamente.

A perspectiva da Sobratema para 2020, por fim, é relativamente moderada perto do todo apresentado. A associação espera que o setor aumente 10%, sendo que as vendas da linha amarela atingiriam 18,2 mil unidades.