Setor privado investe o triplo do setor público em ferrovias

Da Redação – 16.12.2015 –

Plano de privatização de ferrovias entre 2006 e 2014 resultou no crescimento de 27% da produção (toneladas transportadas por km) desse modal .

trilhosNos últimos cinco anos, o poder público investiu R$ 1,4 bilhão por ano na expansão e manutenção das malhas rodoviárias para transporte de cargas. O valor representa 67,5% do total de R$ 19,16 bilhões autorizados pelo governo federal para a iniciativa. Já o setor privado, investiu R$ 33,5 bilhões no mesmo período e teria pago mais de R$ 8,0 bilhões por outorgas e arrendamentos. Esses são os dados da 5ª Edição da Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem e que avaliou os 13 principais corredores ferroviários em operação no país.

Juntos, esses corredores integram uma malha de 28 mil km, com um detalhe: 11 são concedidos. Segundo a pesquisa da CNT, esse foi o efeito do plano de privatização de ferrovias entre 2006 e 2014 e que resultou no crescimento de 27% da produção ferroviária (toneladas transportadas por km). “Mas os baixos níveis de investimento em infraestrutura por parte do poder público e a existência de gargalos operacionais comprometem a eficiência do setor. Em áreas urbanas, as composições chegam a reduzir em oito vezes a velocidade, de 40 km/h para 5 km/h, causando prejuízos como aumento do consumo de combustível, perda de eficiência e produtividade, entre outros problemas”, pondera o estudo.

Os conflitos urbanos foram identificados como gargalos para o setor, pois haveriam pelo menos 355 invasões de faixas de domínio (aglomerações às margens das ferrovias, que surgiram na implantação e na gestão da extinta RFFSA). A redução da velocidade, de 40 km/h para 5 km/h em algumas áreas gera aumento do consumo de combustível, perda de eficiência e produtividade, entre outros problemas.

Também foram identificadas 279 passagens em nível críticas, pois os cruzamentos de ferrovias com rodovias, em um mesmo plano, oferecem risco à segurança.