Solo minerado é fértil para plantio de eucaliptos, demonstra estudo

Da Redação – 16.08.2016 –

Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa foi realizada em minerações de bauxita desativas pela Companhia Brasileira do Alumínio.

Uma pesquisa da Universidade Federal de Viçosa, em áreas da Companhia Brasileira do Alumínio (CBA), demonstra que o escoamento de água de chuva em solos que já foram minerados é menor do que em áreas que não foram quando há cultivo de eucaliptos. Isso significa que o solo retém água adequadamente para o plantio.

A pesquisa foi realizada pelo engenheiro florestal Lucas Jesus da Silveira, que conduziu a dissertação de mestrado “Escoamento superficial em áreas de mineração de bauxita, pré e pós lavra, na Zona da Mata Mineira”. Ele usou como base as áreas mineradas e reabilitadas pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), atestando que, após o processo de mineração, que ocorre em topos e encostas de morros, o escoamento superficial é de 0,17% (três vezes menor que em áreas não mineradas).

Na dissertação, ele mostra que a escolha por plantio de eucalipto em áreas reabilitadas é boa alternativa por três razões: hidrológica, visto o menor escoamento superficial; ecológica, com o aporte de serapilheira que ao longo dos anos se decompõe e auxilia na estruturação do solo; e econômica, dada a manutenção da produtividade do terreno e o lucro com a madeira.

O estudo, que teve início em outubro de 2016 e término em maio deste ano e foi realizado em culturas de eucalipto em período de chuvas na região da Zona da Mata Mineira.

A CBA comemora que o estudo comprova suas observações. “Nosso desafio era mostrar que após o processo de lavra e da recuperação ambiental, o solo mantinha sua propriedade de absorção, retendo a água da chuva e, consequentemente, contribuindo para a manutenção dos lençóis freáticos. Agora isso já é realidade”, diz o gerente geral das unidades de mineração da CBA, Ricardo Vinhal.

Para o professor Herly Carlos Teixeira Dias, coordenador do Laboratório de Hidrologia Florestal da UFV e orientador da dissertação, “o estudo mostra que o processo de reabilitação e as tecnologias ali empregadas estão dando retorno acima do esperado”.