Tecnologia automatiza parte da produção de pneus radiais

Da Canaris Informação Qualificada – 28.11.2016 – 

A confecção de pneus radiais ocorre em várias etapas, começando pela aplicação da folha de borracha sintética, passando pela lona carcaça (esqueleto), aros metálicos, flancos laterais e outros materiais específicos até, finalmente, a instalação da banda de rodagem. Após a confecção de todas as partes, o pneu cru ou pneu verde, como é chamado, é levado à vulcanizadora onde é submetido a uma determinada condição de temperatura e pressão, para assim ser curado e ficar com a aparência a qual estamos habituados a ver.

Essa produção é complexa e envolve uma série de segredos industriais. Numa analogia básica, porém, é como uma cebola, feita de várias camadas sobrepostas. Nas produções modernas, o processo de montagem das partes é feito por uma máquina de alta tecnologia, chamada de confeccionadora. Ela é a responsável por aplicar cada camada de material e a sua produtividade está diretamente ligada à forma como ela será alimentada.

É aí que a tecnologia da RCO entra como diferencial produtivo, comprovando sua eficácia na fábrica de uma das grandes produtoras de pneus no interior de São Paulo. O fornecimento de 70 carros para bobinamento fazem com que novos modelos de confeccionadoras – fabricadas no exterior – trabalhem initerruptamente para atender, e ampliar a produção.

“As confeccionadoras, pelo grau de tecnologia que levam, são trazidas de fora e o desafio desse cliente era prover uma tecnologia capaz de bobinar os materiais das suas máquinas mãe (a que fabrica a manta têxtil usada na confecção do pneu, por exemplo) e transportá-los até as confeccionadoras, para que essas tornassem praticamente autônomas”, diz Adriano Costa, consultor Comercial da RCO.

Uma vez entendida a necessidade, a equipe da RCO projetou avanços sobre o seu sistema de bobinamento e desbobinamento. “Isso inclui projeto em softwares de modelamento 3D, emissão de laudos com databook de todos os cálculos estruturais do equipamento por meio de elementos finitos e manuais de operação”, diz o especialista.

Os equipamentos criados passaram então por usinagem de precisão e receberam materiais de alta resistência e durabilidade, como estrutura em perfis de aço carbono (ASTM 36). “O resultado foi a criação de uma máquina de bobinamento sobre um carro, que á puxado por reboque (carros de movimentação usado nas indústrias) ”, diz Adriano Costa. “Mas esse não é um simples carro, pois ambas as máquinas – tanto a que fabrica os insumos, como a de manta têxtil, quanto a confeccionadora – são de alta precisão e necessitam de um abastecimento no mesmo nível”, diz ele.

Como exemplo de precisão ele cita o bobinamento ou desbobinamento das camadas de borracha, que, diferente do que vemos com o pneu já pronto, são moles e só vão ganhar a forma sólida que conhecemos após a vulcanização. “Nesse caso, o carro de bobinamento enrola as camadas da borracha intercalando com uma manta de proteção. E assim por diante”, explica Adriano, salientando que essa proteção é necessária para que as camadas não grudem uma na outra. “Quando o carro de bobinamento vai entregar o material para a confeccionadora, ele entrega somente o produto de borracha e recolhe novamente a manta de proteção para usá-lo no próximo processo”, complementa ele.

Avaliando o fato de que a maioria das fábricas de pneus usa tecnologia de confecção semelhante hoje em dia, Adriano Costa não titubeia ao afirmar que esse projeto que   envolveu os 70 carros bobinadores é um caso-modelo para outras operações. “Afinal, a operação de transportes de bobinas de um ponto a outro da fábrica, algo que ocorre geralmente com empilhadeiras carregando bobinas, agora ganhou uma forma praticamente autônoma de transporte e isso gera ganho de produtividade e qualidade na etapa principal da fabricação de pneus”, finaliza ele.