Telbrax expande rede óptica em MG

Da redação – 13.05.2016 – 

Com infraestrutura metropolitana de 1 mil km na Grande BH, operadora amplia sua malha óptica entre 15% e 20% ao ano. Avanço envolve contratos de swap – troca de rede – com grandes operadoras – para consolidar triângulo BH-Rio-SP e chegar à Vitória (ES). 

Enquanto as grandes operadoras de telecomunicações enfrentam desafios sérios – endividamento e a concorrência com players de outros mercados – existe um universo de empresas de telecomunicações que navega com mais tranquilidade. É o caso da mineira Telbrax. Com foco inicial no mercado corporativo da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a empresa detém uma infraestrutura óptica própria de 1 mil km na terceiro estado mais rico da União, ativo considerável que se expande entre 15% e 20% ao ano.

Agora, a operadora quer dar saltos maiores. Rede física para isso ela tem, ao adotar o swap, mecanismo de troca de rede com outras empresas do setor. Com isso, a Telbrax cede parte de sua capilaridade na Grande BH e amplia a capacidade de longa distância, ao usar as fibras ópticas de suas parceiras. A troca tem valido a pena, segundo Alexandre Flach, diretor de Novos Negócios da operadora. Com ela, a Telbrax fecha o triângulo BH-Rio e São Paulo, atendendo clientes nessas três praças. Além de avançar sobre a capital capixaba, Vitória.

“Nossos acordos de swap têm contratos de 20 anos em média, ou seja, estamos tranquilos quando à capacidade de rede para expansão”, adianta o executivo. De acordo com ele, essa estruturação tem garantido o crescimento entre 30% e 40% que a Telbrax mantém desde 2015. Parte desse incremento passa a vir da expansão paulatina e um dos exemplos é a rede entre Belo Horizonte e Montes Claros. Usando fibra óptica do contrato de swap, a operadora vai aplicar a tecnologia de DWDM da brasileira Padtec para aumentar sua capacidade de oferta.

Com isso, a operadora passa atender vários clientes corporativos e serve como canal de transmissão de tráfego de longa distância para as chamadas Internet Service Providers ou ISPs, um nome para as pequenas operadoras de telecomunicações que dominam cidades menores fora do interesse das grandes operadoras. Para Flach, é exatamente esse posicionamento que torna a Telbrax uma opção interessante: ela não concorre com as pequenas, pois não capilariza sua rede para o segmento residencial, e concorre pouco com as grandes. Nesse último caso, pelo menos até agora.

Tecnologicamente, o DWDM não é novidade para a Telbrax, que havia adotado a divisão densa de comprimento de onda para interligar alguns clientes de Belo Horizonte aos seus data centers. A novidade é a expansão do DWDM para uma infraestrutura de maior distância. A favor da empresa brasileira pesa a experiência anterior, mas principalmente o financiamento via BNDES, segundo Flach, visto que a Padtec fabrica localmente os equipamentos de DWDM.

Os contratos padrão da operadora mineira são de 10 Gbp/s e a forma de atender os clientes deve ser mantida: equipe própria de ativação e manutenção de rede e um centro de operação de rede (NOC), que é o próximo alvo de modernização. “Não terceirizamos o cuidado com a rede”, explica Flach. Para o executivo, o processo tem custado caro às grandes operadoras. Também de olho no futuro, a Telbrax já estuda a virtualização de funções de rede (NVF). Nesse caso, sua área de engenharia tem feito experimentações com o CPqD, de Campinas.

Em termos de negócios, a Telbrax também mantém um data center com 100 mil m2, que combina a oferta de rede – inclusive com serviços de voz via IP – com a hospedagem em nuvem. No caso do centro de dados, a estratégia é clara: sempre que atinge 80% de sua capacidade, uma luz vermelha é acesa para a necessidade de expansão. “Estamos muito focados em cloud e queremos vender mais servidores virtuais, o que explica nossa parceria com outros data centers”, complementa.

Sobre aquisições e fusões, Flach confirma o assédio, mas não dá nomes. Ele avalia que as consolidações podem acontecer num futuro próximo, mas não necessariamente lideradas pelas grandes empresas do setor. Um cenário possível seria a união entre operadoras do mesmo tipo e tamanho da Telbrax, adquiridas por fundos de investimentos internacionais. A conferir.