Teste no Japão mostra que é possível ter 5G mesmo sem fibra óptica  

Da Redação – 29.05.2018

Entenda como a fabricante chinesa Huawei e a operadora NTT DOCOMO provaram que o backhaul sem fio pode ser uma opção na quinta geração de telefonia móvel

O backhaul já desempenha um papel fundamental nas redes móveis atuais pois é a infraestrutura que interliga, entre outras coisas, as estações rádio base (ERBs) às estações de maior porte. Nos grandes centros, essa infraestrutura é de fibra óptica para suportar o volume de tráfego. E com o 5G, a quantidade de dados só tende a crescer. Então, tem que fibrar tudo, correto? Não necessariamente como acabam de provar a fabricante chinesa Huawei e a operadora japonesa NTT. Veja como em 3 pontos:

O teste envolveu uma ERB 5G (IAB-donor) e uma estação de transmissão 5G (IAB-node)

O que elas fizeram: Exploraram a banda milimétrica de 39 GHz para realizar a ativação de um backhaul sem fio e não fibrado. O desafio? “Normalmente, bandas milimétricas oferecem uma cobertura limitada devido à alta perda de propagação e interferência das construções. A necessidade de um feixe direcional estreito para focar a potência de transmissão pode complicar ainda mais os esforços para conseguir uma cobertura de área ampla fora da linha de visão”, resume o documento da Huawei.

Como elas resolveram: A fabricante chinesa lançou mão da tecnologia de Backhaul de Acesso Integrado (IAB, da sigla em inglês). O teste de campo foi realizado no Japão, em Yokohama, e utilizou o transporte sem fio para conectar a estação base e um nó de retransmissão 5G usando sinais de 39 GHz. Utilizando os sinais, o nó de transmissão atingiu acesso wireless por meio de um aparelho móvel.

Os sinais 5G foram enviados para o usuário pela estação de transmissão 5G (IAB-node) 

O que elas conseguiram: A conclusão do teste é que “a IAB pode melhorar significativamente a cobertura e a capacidade de bandas milimétricas. Uma taxa de transferência superior a 650 Mbps, com uma baixa latência de 1,6 ms, foi alcançada com o aparelho, que estava fora do alcance da estação base”, detalha o documento da Huawei. Segundo a empresa, tanto o nó de retransmissão, quanto o equipamento do usuário estavam em condições de mobilidade durante os testes.

Pra resumir: o IAB facilita o uso da comunicação 5G com alta velocidade e baixa latência entre prédios altos, em ilhas isoladas ou em regiões montanhosas onde a instalação da fibra apresenta problemas. Simples assim.