Teto de gastos é um dos responsáveis por desabamento de viaduto, diz DF

Da Redação – 09.02.2018 –

Nesta semana, de acordo com notícia da Agência Brasil, o secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Sérgio Sampaio, disse que o teto de gastos causam impacto direto nos recursos financeiros disponíveis para investimentos, e isso é uma das explicações para a falta de manutenção no viaduto que desabou no último dia 06.

“A crise fiscal do país dificulta financiamentos e impacta no planejamento de gastos como este, principalmente porque boa parte dos nossos recursos vai para folha e para custeio. Não sobra para investimentos. Com isso, temos de fazer o máximo com o mínimo”, disse ele.

Ele disse que não sabe exatamente qual é o tamanho desse impacto, mas que repercute no volume de recursos disponível. Sampaio, no entanto, garante que não faltarão recursos para remediar o problema. “Vamos remanejar do jeito que for necessário porque não podemos deixar uma via dessa importância imobilizada.”

Técnicos vistoriam o local para avaliar as alternativas de reparo na via. Entre eles está o engenheiro calculista Bruno Contarini, que integrou a equipe que projetou o viaduto nos anos 50. Contarini, que vai participar da comissão que avaliará o plano de recuperação do viaduto, visitou os destroços logo após chegar a Brasília. Ao deixar o local, o engenheiro disse que já havia identificado indícios de que o problema foi falta de manutenção. “São 40 ou 50 anos sem manutenção. A armação falhou e provocou isso. Provavelmente, houve penetração de água, atingindo e corroendo o aço.”

O secretário da Casa Civil informou que o governo atuará em três frentes para lidar com a situação. “A primeira será para cuidar do fluxo de trânsito na região, de forma a minimizar os efeitos das obras na rotina dos motoristas. Outra frente será para estabelecer uma ordem de prioridades para outras obras de infraestrutura, em especial pontes e viadutos. A terceira será para definir as medidas que serão tomadas especificamente para este viaduto.”

Segundo Sampaio, a decisão sobre o que será feito com a estrutura será tomada em 12 dias, com a ajuda de um grupo de trabalho formado por integrantes da Novacap, do Departamento de Estradas de Rodagem, da Secretaria de Infraestrutura e da Defesa Civil, além de técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e da Universidade de Brasília (UnB). Entre as primeiras ações a serem implementadas está o escoramento da estrutura, antes mesmo de decidir se ela será reformada ou reconstruída.

A perícia da Polícia Civil já deu início a alguns exames de local para tentar descobrir as causas do desabamento. Entre os equipamentos usados estão um drone e um scanner 3D. De acordo com o diretor do Instituto de Criminalística da polícia Civil do DF, Gustavo Dalton, o scanner fez um registro de toda a estrutura, inclusive interna, do viaduto.

“O equipamento permitirá a remontagem [em ambiente virtual] de toda a estrutura em 3D, de forma a melhor compreender onde e como ocorreu o rompimento”, explicou a perita Larissa Martins, que é engenheira civil. Não há ainda prazo para a conclusão da perícia no local.

Depois de finalizado, o laudo será entregue ao delegado encarregado do caso que, em posse de outros documentos como o plano de manutenção do viaduto, apresentará a conclusão oficial sobre o ocorrido.