Transporte nacional: entenda as inovações da última década

Da Assessoria de Imprensa – 20.09.2018 – 

Segundo dados do Banco Mundial, 58% do transporte de cargas e passageiros é realizado por meio de rodovias no Brasil, nos colocando como o país que tem a maior malha rodoviária mundial. Em seguida há a Austrália (53%), China (50%), Rússia (43%) e Canadá (8%). Porém, ao analisarmos as condições dessas rodovias, os dados não são muito animadores. De acordo com dados do Anuário CNT do Transporte 2017, 58,2% delas apresentam algum tipo de problema no estado geral. Desse total, 48,3% têm problemas no pavimento, 51,7% têm deficiência na sinalização e 77,9% apresentam falhas na geometria.

“Por termos proporções continentais, nosso potencial de transportes terrestres é imenso. Ficamos à frente de grandes economias mundiais nesse quesito, porém é preciso que as condições nas estradas sejam aprimoradas, ampliando o alcance de frotas de caminhões, ônibus, automóveis e até mesmo trens”, explica Pedro Lion, engenheiro na Cobli, startup de gerenciamento de frotas e IoT que constrói tecnologia de ponta.

Outro dado relevante sobre o setor é que houve um forte crescimento no número de veículos registrados no Brasil, saltando para 93.867.016 em 2016, ainda segundo o Anuário. Esse número representa um aumento de 194,1% em relação a 2001. Quando divididos por modelos de veículos, o estudo aponta que a frota de automóveis cresceu 141,6%, a de ônibus 119,5% e a de caminhões, 84,3%, no mesmo período citado anteriormente.

Quando falamos sobre transportes de passageiros, o mesmo estudo indica que por mês, 355 milhões de pessoas fizeram uso desse sistema, em 2015, em nove capitais, sendo Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP.

Com o intuito de destacar o lado positivo do transporte rodoviário brasileiro, a Cobli e a DeÔnibus reuniram as principais transformações do setor nos últimos anos:

Grande Navegação: Apesar da tecnologia GPS existir desde a década de 50 para fins militares, foi nos últimos anos que seu uso comercial se tornou comum por meio de roteirização de um único veículo do ponto A para o ponto B, primeiramente com a ajuda de aparelhos com até 10″ e depois com aplicativos para celulares. Algumas empresas já disponibilizam roteirização para mais de um veículo – uma frota – e para diversos lugares, traçando uma ordem para o trajeto de forma que o usuário economize tempo, combustível ou otimize a quantidade de veículos para a rota;

Apps: Inovação que agiliza a mobilidade. Os apps de carona (Blablacar), navegação (Waze, Google Maps), transporte de passageiros (Uber, 99) e entregas (iFood, Rappi) se popularizaram na última década e estão cada vez mais em evidência;

Passagem de ônibus fácil: Viajar de ônibus já foi perrengue para os passageiros que não sabiam os horários, viações e horários disponíveis. Hoje, já existem plataformas que oferecem, em tempo real, a disponibilidade de assentos, comparativo de preços e sugestões de rotas permitindo a compra online sem enfrentar as filas dos guichês das rodoviárias. Além da facilidade de compra, esses sites permitem cancelamentos online e atendimento em múltiplos canais. “A compra de passagem por meio do celular e opção de pagamento parcelado vem aumentando o acesso da população as passagens. Somente 6% das passagens são vendidas online, e temos muito espaço para expandir nos próximos anos. O nosso desafio é trazer uma solução que melhore a experiência do usuário e otimizar cada vez mais o acesso pelo celular”, comenta Bruno Matuk, Head de TI da DeÔnibus, startup que atua no mercado de passagens rodoviárias e foca na experiência do viajante brasileiro.

Difusão de pagamento automático para pedágios: Os serviços de pagamento automático de pedágio tomaram forma nos anos 2000, mas nos últimos 10 anos houve um boom de empresas fornecedoras e adeptos deste meio, em que os usuários pagam pela conveniência de não necessitarem de dinheiro vivo e evitarem as grandes filas nos pedágios, especialmente em feriados.

Obrigatoriedade ABS: Desde 2014, o sistema de freios ABS é obrigatório em veículos 0km fabricados no Brasil. Essa tecnologia evita o travamento das rodas no caso de frenagens bruscas, o que possibilita ao motorista desviar de obstáculos no caso de uma emergência;

Lei seca: Viajar em segurança também depende da atitude do motorista. Desde 2012, a lei definiu tolerância zero para consumo de álcool na direção. Caso identificado, a punição é multa máxima, multiplicando por 10 o valor da multa gravíssima. Em caso de acidente com morte, o motorista embriagado pode enfrentar uma prisão por até oito anos;

Cruise Control (Piloto automático): Antes considerado equipamento de carros de luxo, o cruise control ou piloto automático, chegou a modelos mais compactos e se popularizou na última década. Uma das vantagens da tecnologia é que, se usada corretamente, reduz custos com combustível e manutenção;

Otimização de cargas: Por que não compartilhar o baú de um caminhão para transportar sua mercadoria? Empresas como a CargoBR, por exemplo, oferecem facilidades para cotar frete online contribuindo para a maior ocupação dos veículos de carga e facilitando a operação de quem depende do transporte para a distribuição do produto.

Asfalto-borracha: Pneus usados já receberam o crachá de vilões do meio-ambiente pela dificuldade de decomposição e alto acúmulo de volume em lixões. A destinação correta do pneu usado permite sua reciclagem e a produção de um asfalto composto por pneus ecologicamente corretos, com baixa manutenção e ainda contribui para a frenagem dos veículos .