Usina hidrelétrica americana adota transformadores ecológicos da Siemens

Da redação – 19.02.2016 – 

Os equipamentos serão usados na usina elétrica da Barragem de Glen Canyon, operado pela US Bureau of Reclamation, com cronograma de entrega a partir de 2017

Com o contrato, a instituição americana vai substituir 14 transformadores elétricos convencionais pelos equipamentos ecológicos da Siemens. A sustentabilidade, nesse caso, significa a substituição de transformadores que usam óleo mineral derivado do petróleo pelo fluído éster produzido sinteticamente e biodegradável. A função dos materiais químicos é a mesma: atuação como fluido isolante e de refrigeração. Industrialmente, a vertente sustentável vem sendo aplicada desde a década de 1990, segundo especialistas. No Brasil, de acordo com a Siemens, os transformadores que adotam éster fluido fazem parte de projetos como o da Brasken (unidades de 69 kV) e da Celesc (138 kV).

Segundo a fabricante alemã, os transformadores fornecerão uma capacidade real maior de transmissão de energia: a atualização completa da usina lhe dará capacidade para gerar aproximadamente cinco bilhões de quilowatts hora anuais de eletricidade, atendendo cerca de 5,8 milhões de clientes. Com capacidade nominal de 125 MVA (10 unidades de 345 kV e 4 unidades de 230 kV), os transformadores conectarão a usina hidrelétrica de Glen Canyon à rede de transmissão e aumentarão a capacidade de transmissão de energia.

Além do apelo ecológico (o éster produzido sinteticamente é totalmente biodegradável), o material funciona num ponto de fagulha muito mais alto, o que significa menor risco de incêndio, além de poder ser dissipado rapidamente na água, caso seja necessário. De acordo com a Siemens, a empresa é a uma das líderes globais em óleos alternativos para transformadores elétricos, incluindo fabricação e instalação de unidades ecológicas para os projetos de infraestrutura elétrica.

O uso da tecnologia, aliás, é destacado pela Midel, fabricante desse tipo de fluidos, como uma tendência irreversível nessa área. Em entrevista à revista Transformers, de julho do ano passado, Barry Menzies, diretor comercial e chefe da unidade de fluídos para transformadores da empresa química, resumiu as razões.

Usina de Glen Canyon, nos EUA
Usina de Glen Canyon, nos EUA: nova tecnologia substitui transformadores ativados há 40 anos. 

Segundo ele, a aplicação dos materiais permitiu ainda a criação de projetos mais compactos de transformadores, reduzindo espaço de instalação. Os transformadores ecológicos também podem ser instalados mais próximos de outros prédios, otimizando a criação de projetos de infraestrutura que exigem menos espaço.

As instalações também demandam sistemas de supressão e combate a incêndio menos complexos do que os aplicados em usinas onde os transformadores usam o tradicional óleo mineral como fluído isolante e de resfriamento. As unidades mais compactas igualmente favorecem o uso dos transformadores ecológicos em usinas de geração eólica, onde a restrição de espaço também é um desafio.