Viação urbana de São Paulo reduz custo operacional com telemetria

Por Rodrigo Conceição Santos – 09.05.2016 –

Santa Brígida reduz 5% o consumo de combustível, resultando em 2,6% de redução nos custos totais de manutenção. Número de colisões também caiu, em 37%, e confiabilidade da frota aumentou em 19% após adoção de sistema da Volvo.

Fernando Cesar, da Santa Brígida, comemora resultados com uso de telemetria. (Foto de Divulgação da Volvo Bus)
Fernando Cesar, da Santa Brígida, comemora resultados com uso de telemetria. (Foto de Divulgação da Volvo Bus)

A viação Santa Brigida administra 843 veículos que atendem ao transporte urbano de 11 milhões de passageiros na cidade de São Paulo mensalmente. Nesse período, o consumo médio é de 2,6 milhões de litros de diesel. O insumo, aliás, representa o maior custo da operação, abarcando entre 30% e 40% do aporte necessário, como revela Fernando Cesar, gerente de manutenção da empresa, e, segundo o qual, foi justamente onde o uso de telemetria se fez valer com mais afinco para reduzir custos.

Da frota operante, exatos cem veículos são da marca Volvo (alguns biarticulados) e portam sistema capaz de monitorar parâmetros operacionais e de manutenção. “Conseguimos monitorar cada motorista, que insere um pen drive no início da operação se identificando e tem toda a operação monitorada para que geremos resultados em cima do consumo de combustível, disponibilidade de frota, menor índice de quebra por quilômetro rodado e outros parâmetros medidos.”, diz Cesar.

Esses dados são comparados aos parâmetros ideais traçados previamente ao longo de cada rota. Dessa forma, é possível, segundo o especialista da Santa Brígida, identificar quando o motorista está errando ao realizar mais freadas bruscas do que o limite estabelecido, curvas bruscas, aceleração em excesso e outras práticas que aumentam o custo operacional e desgastes dos componentes do ônibus.

Hoje, a Santa Brígida tem 511 motoristas habilitados a conduzir os veículos monitorados pelo sistema da Volvo. Segundo Fernando Cesar, eles passaram por treinamentos para lidar com a tecnologia e, parte deles, também recebeu treinamentos de melhoria operacional, aprimorando parâmetros identificados pela telemetria. “Essas melhorias, como a redução de frenagens bruscas, são aplicadas por eles também em outros veículos não monitorados pelo sistema Volvo, o que gera otimizações em mais veículos, além dos cem citados”, diz ele.

Resultados
São nos cem ônibus monitorados, contudo, que a Santa Brígida tem os resultados obtidos com a adoção da telemetria da Volvo, algo iniciado no ano passado. E eles são vultosos, como relata Cesar: “identificamos redução de 5,37% no consumo de combustível. Isso representa redução de 2,6% nos custos totais de manutenção”, diz. O número de colisões reduziu em 37%, segundo ele, que ainda mediu 19% menos reações de falhas por quilômetro rodado, um índice que se traduz em confiabilidade dos veículos durante a operação.

Os resultados alcançados pela Santa Brígida integram um programa operacional mais amplo, desenvolvido pela Volvo Bus há cerca de três anos. Chamado de Volvo Equipe Dedicada (VDE), o sistema propõe a união das equipes de vendas e pós-vendas da fábrica e da concessionária, com as equipes de manutenção e gestão operacional do cliente para que todos trabalham de forma multifuncional. “É possível ainda estender essa integração para outras áreas da empresa, como o RH, permitindo que nós aproveitemos boas práticas dos nossos clientes e vice-versa”, diz Helvio Lopes, gerente de serviços de pós-venda de ônibus do Grupo Volvo América Latina.

O VDE foi implantado em 72 clientes latino-americanos no ano passado e a expectativa da Volvo Bus é estende-lo a mais 100 clientes neste ano. “A Santa Brígida foi uma das primeiras empresas a chancelar o projeto e isso é de extrema importância para nós, pois a empresa é uma referência no transporte urbano de passageiros”, conclui Luís Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America.