Vogel Telecom aumenta investimentos em 470% em 2016

Por Nelson Valêncio – 15.07.2016 – 

Provedor regional projeta aplicar R$ 170 milhões em suas operações. Distribuída em 13 estados, rede óptica pode chega a 16 mil km. Já o faturamento estimado é de R$ 200 milhões para esse ano.

Controlada pelo fundo de investimento Pátria, a Vogel Telecom faz jus ao seu nome – pássaro em alemão. O mesmo acontece com a denominação de provedor regional, uma vez que suas atividades distribuem-se por 13 estados. Na verdade, a pulverização acontece porque a operadora nasceu da fusão de vários provedores locais. Resultado: 12 mil km de infraestrutura óptica e três projeções positivas, segundo Mauro Omoto, gerente de expansão de rede. A primeira diz respeito à infraestrutura, que salta para 16 mil km de extensão até 2017. Já o faturamento de R$ 122 milhões, em 2015, está previsto para chegar a R$ 200 milhões nesse ano. E, last but not the least, os investimentos cresceriam 470% em 2016, saltando para R$ 170 milhões.

Embora todos os números sejam uma previsão, é inegável que a infraestrutura atual e a provável rede ampliada continuam a ter um papel importante no avanço da companhia. Em documento oficial, a Vogel cita que “uma das estratégias (de crescimento) é a criação de “áreas verdes”, ou seja, cerca de 80 locais estratégicos espalhados pelo Brasil que terão alta densidade de atendimento e diferenciais de preço”. A determinação desses locais acompanha a geografia da malha óptica da Vogel. Omoto lembra que, apesar de híbrida – com o rádio como complementar – a cobertura do provedor é predominantemente física (acima de 95%).

Vogel Telecom (Divulgação)

“Possuímos uma rede de fibras novas e com alta capilaridade nas regiões onde atuamos, sendo que os rádios são utilizados somente no acesso e em alguns casos onde não é possível o atendimento óptico, garantindo uma grande cobertura para a empresa”, detalha. Segundo Omoto, estatisticamente, o acesso em fibra óptica atinge 98% das novas instalações. “Hoje, temos mais migrações de rádio para fibra óptica do que instalações de novos acessos via rádio”, completa o especialista, confirmando a tendência de infraestrutura física de maior capacidade.

A Vogel assume todo o planejamento e terceiriza parte dos projetos e da construção de novas redes, assumindo ainda a fiscalização das obras. “Isso garante um elevado padrão construtivo, sem envolver excesso de mão de obra”, argumenta o executivo. Já no atendimento de clientes, o planejamento e as fases de projeto e construção são realizadas por equipes próprias na maioria das cidades. Na avaliação de Omoto, os times da Vogel garantiriam um serviço diferenciado.

A ampliação também deve manter a rede como ativo próprio, na avaliação de executivo. “A Vogel entende que para crescer e ser competitiva técnica e financeiramente precisa de backbone próprio. Apenas com ele será possível garantir um alto desempenho e um custo reduzido”, reforça o executivo. Além da ampliação de um terço, prevista para o biênio 2016-17, o provedor reforça o DWDM (multiplexação densa por divisão de onda) como tecnologia nas rotas de longa distância, pois “garantiriam alta capacidade nos pares de fibra”, segundo Omoto.

A escolha do DWDM como solução técnica aconteceu em função de dois fatores: necessidade de maior capacidade de tráfego e de divisão de serviços dentro da rede. “Ele nos permitiu que em um único par de fibras fosse possível passar mais de 100 Gbps com diversos serviços ponto a ponto”, avalia Omoto. A alta confiabilidade da tecnologia foi outro fator citado pelo especialista. “Hoje é possível conectar dois sites da Vogel dentro dessa rede, com links de 10G,  em questão de horas”, detalha. Fornecedora da plataforma de DWDM, a campineira Padtec foi escolhida pelo critério de melhor oferta técnico-financeira.

Tecnologicamente, a operadora já começou a avaliar as soluções de rede definidas por software (SDN), com virtualização de funções de rede (NFV). Nesse campo, as iniciativas ainda se restringem a estudos. “A adoção delas irá ocorrer naturalmente, conforme a evolução de nossa rede, a demanda de clientes e a maturidade das tecnologias”, explica.

Embora pulverizada, a infraestrutura da Vogel segue um padrão – topologia em anel na longa distancia e em malha nas redes metropolitanas (MAN) – o que garante um alto índice para os acordos de nível de serviço (SLA) que a operadora fecha com seus clientes. Nas MANs, o provedor adota a tecnologia de switches de camada 3, que incorpora funções de roteamento e funcionalidades de redes privadas virtuais e, adicionalmente, maior segurança. A padronização acontece pela centralização das áreas de planejamento de rede externa e da engenharia de redes, formada pela equipe das empresas que deram origem à operadora.

Já o centro de operações de rede (NOC) dá suporte às três equipes regionais de gerenciamento: São Paulo/Centro Oeste, Sul e Rio de Janeiro/Nordeste. “Temos ainda centros de operações descentralizados, caso de Passo Fundo e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e Campinas, para o Interior de São Paulo”, completa Omoto.