Da Redação – 17.05.2016 –
Técnica de fraturamento hidráulico para extração de gás, comum nos Estados Unidos, poderá ser aplicado nas reservas de xisto do Sul.
O Programa Oeste em Desenvolvimento, cujo fórum começa hoje em Cascavel (PR), posiciona-se contra a exploração das reservas de gás de xisto brasileiras para extração de óleo e gás usando o método de fracking ou fraqueamento hidráulico. O Programa reúne várias instituições, incluindo Itaipu Binacional e cooperativas do Oeste do estado sulista.
O Programa adota o ponto de vista dos ambientalistas, avaliando que a atividade “traz grandes danos ao solo fértil, ao meio ambiente, à saúde e à segurança alimentar”, explica em documento oficial. De acordo com o Programa, a produção de energia a partir da exploração do gás de xisto foi liberada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e muitas empresas ganharam licitação para fazer a exploração em 29 municípios do Oeste paranaense.
Contrariamente ao fracking, a geração de energia na região tem se pautado por um aspecto de sustentabilidade. É o caso do incentivo do biogás obtido a partir do dejeto de animais. Outra alternativa é a geração elétrica com painéis fotovoltaicos. Segundo o Programa, as duas iniciativas, além de serem altamente sustentável, podem trazer economia e renda para os proprietários rurais.
A energia fotovoltaica ou solar, de acordo com estudos, pode reduzir a conta de luz em até seis vezes. “Além de mais barata que a convencional, a energia fotovoltaica também é limpa. Como nosso foco é o desenvolvimento da região, reduzindo os custos da produção, ampliamos a competitividade”, argumenta Augusto Stein, representante do Sebrae no Oeste em Desenvolvimento.
O Programa também defende o investimento no biometano, que é uma fonte limpa, e ainda colabora para reduzir um outro problema comum na região, que é justamente a destinação dos dejetos de animais. O uso do biogás tem garantido melhor qualidade de vida e renda para muitos agricultores da região.
No total, o Oeste do Paraná reúne 54 municípios que, juntos, somam quase 1,3 milhão de habitantes (estimativa do Censo de 2015) e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 32 bilhões.